Sem Janja, 7 de setembro lulista vira ato de desagravo a Xandão
No ano passado, a primeira-dama adotou uma postura considerada desnecessária por integrantes do Alto Comando das Forças Armadas
Sem a presença da primeira-dama Janta, o segundo 7 de setembro da gestão Lula foi transformado em uma espécie de ato de desagravo ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
No ano passado, a primeira-dama adotou uma postura considerada desnecessária por integrantes do Alto Comando das Forças Armadas ao utilizar um vestido vermelho – cor do PT – no desfile do Rolls-Royce. O destile também teve outros simbolismos, como a presença do Zé Gotinha em carro aberto e a adoção do grito de guerra “democracia”, “democracia”, em alusão aos atos de 8 de janeiro.
Com Janja fora do país – ela viajou ao Catar para participar de evento promovido pela xeica Mozha bin Nasser al-Missned, na segunda-feira -, os desfiles de 7 de setembro foram mais mornos, mas isso não significa que o governo Lula não tenha tentado adotar um tom mais político à manifestação.
Um ponto, no entanto, chamou a atenção: a presença do ministro do STF Alexandre de Moraes na tribuna de honra. Ele esteve ao lado do presidente do Tribunal, Luís Roberto Barroso. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Cármen Lúcia, por exemplo, não esteve no evento.
Ao convidar Moraes para o evento, o Palácio do Planalto quis demonstrar que apoia todas as ações até o momento adotadas pelo magistrado – inclusive a suspensão do X. O simbolismo ganha um contorno ainda maior pelo fato de que a tarde deste sábado será marcada por protestos justamente pelo impeachment de Moraes.
O problema para o governo é que o ato de desagravo ao Xandão foi esvaziado. Poucas pessoas de fato se animaram a participar do 7 de setembro na Esplanada dos Ministérios. A organização previa reunir até 30 mil pessoas nas arquibancadas. Mas, pelas imagens, o público ficou bem longe disso. E quem foi estava com bandeiras e camisas do PT ou de movimentos sociais como o MST.
Sem povo e sem emoção, o ato de desagravo a Xandão teve seu simbolismo apenas para os detentores de Poder. Ou seja: nada que abalasse, de fato, a República no Dia da Independência.
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