Datafolha: Nunes ‘estancou a sangria’; Marçal ainda é ameaça
Início da propaganda no rádio e TV beneficiou prefeito de São Paulo, mas crescimento dentro da margem de erro mostra que efeito foi limitado
A nova pesquisa Datafolha divulgada na tarde desta quinta-feira, 6, sobre a corrida eleitoral em São Paulo revela que o prefeito da maior cidade do país, Ricardo Nunes (MDB), conseguiu estancar a sangria frente à candidatura de Pablo Marçal (PRTB). Mas isso não significa que o emedebista é favorito para chegar a um segundo turno contra Guilherme Boulos (PSOL).
Nunes foi o único candidato que conseguiu variar próximo da margem de erro de três pontos percentuais para cima ou para baixo. Por esse novo Datafolha, Boulos, Marçal e Nunes estão tecnicamente empatados. O deputado federal está com 23%; o ex-coach está com 22% e prefeito também está com 22%. Na rodada anterior, Boulos aparecia com os mesmos 23%, Nunes com 19% e Marçal com 21%.
Essa variação de quatro pontos percentuais em favor de Nunes e Marçal pode ser atribuída, principalmente, à desidratação da candidatura de José Luiz Datena (PSDB). No levantamento do final de agosto, o tucano tinha 10% das intenções de voto; agora aparece com 7%. Datena foi ultrapassado até por Tabata Amaral (PSB), que agora detém 9% das intenções de voto.
O início da propaganda no rádio e na TV deu um novo fôlego à campanha de Nunes. Afinal de contas, ele é o que detém o maior espaço no horário eleitoral gratuito. Mas seu crescimento – dentro da margem de erro – ainda é tímido. Ainda mais se considerarmos o fato de ele ter mais de 6 minutos na TV e que o principal impacto da campanha ocorre nos três primeiros dias de inserções.
A boa notícia para o comitê do emedebista é que o fenômeno Pablo Marçal – a princípio – estaria próximo de um teto dentro do 1º turno. Sem propaganda na TV, Marçal conseguiu explorar de maneira eficiente os debates e aparições em sabatinas e programas ao vivo. A questão é que os números do Datafolha mostram que – a priori – essa tática pode ter cansado o eleitor e o ex-coach dependeria de um fato novo para conseguir avançar junto ao eleitorado de Centro. E não é fácil, mesmo para um gênio do marketing, gerar um fato novo a cada cinco minutos. Até o excesso de fatos novos cansa.
O que vai decidir as eleições em São Paulo será o chamado ‘voto útil’. E esse voto é o de centro, o que não deixa de ser uma boa notícia a Nunes. A questão que se coloca é: Marçal terá condições de moderar seu discurso para avançar sobre o eleitor menos radical, sem perder aqueles que são declaradamente antissistema que ele já conquistou?
Respostas nos próximos capítulos.
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