A crise econômica global e a escalada dos preços de alimentos
Entenda as causas e as perspectivas políticas para mitigar o problema.
A economia global está à beira do precipício, um cenário paradoxalmente criado pelas próprias atividades humanas de exploração. Cientistas do Banco Central Europeu e do Instituto de Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático divulgaram um relatório alertando que o aumento das temperaturas pode adicionar até 1,2 ponto percentual à inflação global anual até 2035. Além disso, a Convenção das Nações Unidas para Combater a Desertificação (UNCCD) observou que, até 2040, a seca deve afetar cerca de três quartos da população mundial.
Essa previsão sombria implica um impasse no sistema alimentar global, um cenário exacerbado pelo uso excessivo dos recursos naturais e pela emissão de gases de efeito estufa. A cada ano, as consequências catastróficas do aquecimento global se tornam mais palpáveis. Colheitas comprometidas, tempestades fortes e secas prolongadas fragilizam as cadeias de suprimentos e desestabilizam o comércio mundial.
Como o aumento dos preços tem afetado os americanos?
Nos Estados Unidos, o impacto dessas mudanças é sentido diretamente no bolso da população. Um relatório recente do Federal Reserve de Nova York indicou um aumento de 5,8% nos saldos de cartões de crédito em relação ao ano anterior, atingindo impressionantes US$ 1,14 trilhão. Essa escalada reflete uma nova realidade: muitos americanos estão se endividando para comprar alimentos.
O analista sênior Ted Rossman afirma que o crescimento da dívida de cartão de crédito acelerou devido aos custos de vida insustentáveis. Mesmo com o Índice de Preços ao Consumidor mostrando um aumento de 0,4% na habitação em julho, o fardo econômico recai pesadamente sobre os itens essenciais, especialmente os alimentos.
Por que os preços dos alimentos estão subindo?
O aumento nos preços dos alimentos ultrapassou o aumento histórico de 20% no custo de vida após a pandemia, comprimindo financeiramente as famílias americanas. Em média, os americanos gastam mais de 11% de sua renda em alimentos – a maior proporção desde 1991.
Dylan Garcia, um segurança de 26 anos de idade do Brooklyn, compartilhou com a BBC sua dificuldade crescente para comprar comida. Ele agora depende de macarrão instantâneo e vegetais congelados, comendo apenas duas refeições por dia para economizar.
O que está sendo feito para combater a manipulação de preços?
Em um ano de eleições presidenciais, a inflação dos alimentos tem sido um dos principais temas. Kamala Harris, candidata democrata, propôs proibir a manipulação de preços de alimentos por empresas como uma parte de sua agenda para reduzir o custo de vida. Durante o governo Biden, os preços dos alimentos aumentaram 21%, alimentando um profundo descontentamento econômico e político, mesmo com o desemprego em mínimos históricos.
“Todos nós sabemos que os preços subiram durante a pandemia, quando as cadeias de suprimentos fecharam e falharam”, disse Kamala durante um comício na Carolina do Norte. “Mas nossas cadeias de suprimentos agora evoluíram, e os preços ainda estão muito altos.”
Situação dos consumidores americanos
- 33,4% dos adultos que usaram cartões de crédito para despesas básicas pagaram as faturas integralmente.
- 20% dos adultos pagaram apenas uma parte do saldo total.
- 7,1% não conseguiram pagar nem mesmo o mínimo das faturas.
Diante disso, é claro que a crise econômica global e a escalada dos preços de alimentos estão forçando os americanos a se endividarem para cobrir necessidades básicas, destacando a urgência de ações concretas para reverter esse cenário preocupante.
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