Festival de Veneza: “Babygirl” de Nicole Kidman provoca
O filme Babygirl, estrelado por Nicole Kidman e dirigido por Halina Reijn, provoca reações divergentes no Festival de Veneza
A recepção de “Babygirl” no Festival de Veneza foi mista; enquanto alguns aplaudiram o filme por sua ousadia e profundidade, outros o criticaram por sensacionalismo. As cenas explícitas e o tema do sadomasoquismo dividem opiniões, especialmente entre os mais conservadores.
O filme, que está na disputa pelo Leão de Ouro, aborda temas ousados como sadomasoquismo, prazer feminino, infidelidade conjugal e abuso de poder. Nicole Kidman, no papel de Romy, entrega uma das performances mais audaciosas de sua carreira. Romy, uma diretora de uma empresa de robótica, enfrenta uma vida sexual insatisfatória, apesar de seu sucesso profissional e familiar.
“Babygirl” e a Exploração do Prazer Feminino
Casada há 19 anos com Jacob (vivido por Antonio Banderas), um diretor de teatro, Romy nunca conseguiu ter um orgasmo com o marido. Criada em um meio conservador, ela reprime suas fantasias eróticas, que envolvem humilhação, submissão e alguma violência. Este conflito interno a faz sentir-se culpada e anormal. Sem coragem para pedir ao marido que realize suas fantasias, ela recorre a práticas masturbatórias.
A situação muda quando Romy conhece Samuel (interpretado por Harris Dickinson), um estagiário em sua empresa. Galanteador e petulante, Samuel desperta a sexualidade da chefe ao insinuar que ela “gosta de ser mandada”. A partir daí, eles iniciam uma relação em que o sexo sadô-masô domina. Contudo, a relação adentra o campo profissional e familiar, complicando ainda mais a vida de Romy.
Qual é o Impacto de “Babygirl” no Cinema Atual?
“Babygirl” ecoa temas de filmes como “A Professora de Piano” (2001) e “Tár” (2022), mas com um toque mais leve e bem-humorado. As cenas de depravação sexual podem incomodar os mais puritanos, mas elas são tratadas com uma franqueza que pode ser considerada sensacionalista por alguns. A alta carga erótica das cenas se deve mais às relações de poder do que à nudez.
A narrativa do filme é conduzida pelo ponto de vista feminino, mostrando a complexidade da protagonista. Romy exibe atitudes questionáveis tanto no campo conjugal quanto no profissional, mas o filme defende seu direito ao prazer. Kidman impressiona com seu desempenho, expressando com precisão as hesitações e impulsos da personagem.
Como Nicole Kidman se Destaca em “Babygirl”?
Nicole Kidman tem em “Babygirl” a oportunidade de mostrar o quanto pode ser uma atriz sofisticada. Ela domina a personagem Romy, expressando suas travas e impulsos com perfeição. Em 2024, a atriz já tinha protagonizado um longa em que se envolvia com um rapaz mais jovem em “Tudo em Família”, vivido por Zac Efron, preparação que parece ter influenciado positivamente sua performance em “Babygirl”.
Em Veneza, há quem diga que Kidman já desbancou o favoritismo de Angelina Jolie, que concorre ao prêmio de atuação com “Maria”, onde interpreta Maria Callas. A atuação de Kidman em “Babygirl” é apontada como um dos pontos altos do festival.
Outros Filmes em Destaque no Festival de Veneza
Além de “Babygirl”, o festival também tem outros filmes de destaque, como o argentino “El Jockey”, dirigido por Luis Ortega. O filme, estrelado por Nahuel Pérez Biscayart, aborda um jóquei com problemas de álcool e drogas, financiado por mafiosos. Apesar do virtuosismo estético, o filme não conseguiu ser engraçado, mas ainda assim teve seus defensores.
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