O que diz Israel sobre dois casos, sem feridos, de veículos humanitários atingidos na guerra
Forças de Defesa israelenses esclarecem posição sobre relatos envolvendo comboios da ONU e da ONG americana ARENA
Diante dos relatos de que um veículo humanitário da ONU e outro da ONG ANERA (sigla em inglês para Ajuda Americana aos Refugiados do Oriente Próximo) foram atingidos pelas Forças de Defesa de Israel na Faixa de Gaza, as FDI afirmaram que o primeiro incidente, de terça-feira, 27, “está sob análise”; e confirmaram que o segundo, ocorrido na quinta, 29, foi um ataque preciso contra um jipe tomado por agressores armados, sem danos aos demais veículos do comboio.
Diz a nota das FDI sobre este último:
“Ontem (quinta), foi coordenado o movimento de um comboio de ajuda humanitária da ANERA para a área sul de Rafah.
Durante a movimentação do comboio, vários agressores armados assumiram o controle do veículo à frente do comboio (um jipe) e passaram a liderá-lo.
Após a aquisição e verificação de que um ataque preciso ao veículo dos armados poderia ser realizado, foi feito um ataque. Nenhum dano foi causado aos demais veículos do comboio e ele chegou ao destino conforme planejado.
O ataque às pessoas armadas eliminou a ameaça de estes assumirem o controlo do comboio humanitário.
Após o incidente, representantes do COGAT conversaram com representantes da organização ANERA que verificaram que todos os membros da organização do comboio e a ajuda humanitária estavam seguros e chegaram ao seu destino conforme planejado.
A presença de agressores armados nos comboios humanitários, sem coordenação, vai contra os procedimentos e põe em risco a segurança dos comboios e do seu pessoal, impactando também os esforços humanitários globais na Faixa de Gaza.”
Sobre o caso do veículo da ONU, diz a outra nota das FDI:
“Terça-feira foi recebido um relatório sobre um veículo da ONU que foi danificado enquanto dirigia ao longo do corredor humanitário. Nenhum ferimento foi relatado. O incidente está sob análise.”
O vice-embaixador dos Estados Unidos na ONU, Robert Wood, em reunião do Conselho de Segurança da entidade sobre Gaza, atribuiu a israelenses uma alegação de “erro de comunicação”, a partir da qual comentou: “Pedimos a eles que retifiquem imediatamente os problemas em seu sistema. Israel deve não apenas assumir a responsabilidade por seus erros, mas também tomar medidas concretas para garantir que as Forças Armadas não atirem novamente contra o pessoal da ONU.”
As FDI não confirmaram essas alegações até a publicação desta matéria, embora nenhuma possibilidade tenha sido descartada.
Desde o começo da guerra, 28 soldados israelenses morreram por fogo amigo, incluindo o tenente Shahar Ben Nun, de 21 anos, morto no dia 19 por uma bomba lançada por um caça da Força Aérea de Israel, que caiu a 300 metros do alvo que deveria atingir em Khan Yunis, em razão de um “mau funcionamento técnico”. Diferentemente do Hamas, que atribuiu a Israel a explosão na área do hospital Al-Ahli causada por um foguete errante da Jihad Islâmica, as FDI
reconhecem publicamente esses episódios. Também reconhecem que outros 20 soldados morreram em acidentes, considerando aqueles com armamentos, os de carro e ainda os atropelamentos.
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Militares ouvidos por O Antagonista costumam dizer que tanto o fogo amigo quanto os acidentes são comuns a todas as grandes guerras, dadas as dificuldades técnicas e logísticas das batalhas de campo, e que, assim como os próprios soldados, veículos humanitários, infelizmente, podem acabar sendo atingidos, sem que isso represente a intenção deliberada do chamado fogo inimigo.
Enquanto apuram o caso do veículo da ONU, as FDI afirmam ver “grande importância no esforço humanitário e na proteção dos trabalhadores”, ressaltando que “o Estado de Israel está empenhado em melhorar a coordenação e a segurança com as organizações humanitárias para garantir a entrega eficaz”.
“A coordenação dos pedidos de movimento dentro da Faixa de Gaza envolve complexidade derivada da natureza da atividade operacional. É um desafio significativo garantir a circulação segura dos comboios de ajuda humanitária, para que não entrem em zonas de combate ativo. A organização terrorista Hamas está inserida entre a população civil e dificulta a passagem da ajuda”, apontam as FDI.
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