BC intervém para segurar dólar pela primeira vez desde 2022
Leilão de reservas terá volume de até 1,5 bilhão de dólares e pretende compensar pressão por saída da divisa americana
A autoridade vai promover leilão de até 1,5 bilhão de dólares na manhã desta sexta-feira, 30, para estabilizar preço da moeda americana. Analistas apontam que a medida não tem a ver com a escalada recente da divisa dos Estados Unidos, que encerrou a quinta-feira, 29, cotada a 5,63 reais.
De acordo esses agentes de mercado, o Banco Central está respondendo a uma demanda criada a partir do rebalanceamento da carteira teórica do MSCI EWZ, que passou a incluir ações de empresas brasileiras que são negociadas nos EUA, como Nubank, XP, Banco Inter, PagSeguro e Stone.
O EWZ é o principal fundo de índice de ativos brasileiros negociados em Nova York, o que deve levar a uma forte migração de recursos. Para amenizar o solavanco, o BC vai oferecer dólares a mais no mercado. Esse será o primeiro leilão extraordinário de reservas desde abril de 2022.
Além disso, no entanto, o mercado continua pressionado por notícias pouco animadoras para o PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anunal), com os impactos dos aumentos de vale-gás (que pode alcançar 16 bilhões de reais de impacto até 2026) e salário dos servidores (impacto estimado de 16 bilhões de reais para o ano que vem).
Os números do resultado do setor público para julho também podem complicar o sentimento entre os investidores. O consenso de mercado para o déficit no mês passado aponta para uma despesa acima das receitas em quase 7 bilhões de reais, de acordo com levantamento da Bloomberg.
Ainda na agenda econômica, os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua deve confirmar o aquecimento do mercado de trabalho nacional com o desemprego caindo dos 6,9% registrados em junho, para 6,8% em julho. O Banco Central tem apontado o dinamismo do emprego no país como um dos riscos para o controle da inflação.
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