Boulos rompe contrato com produtora responsabilizada por hino neutro
Candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo buscou se desvincular do episódio em fala a jornalistas nesta quarta também
A campanha do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL; foto) à prefeitura de São Paulo rompeu, nesta quarta-feira, 28 de agosto, o contrato com a produtora responsável pela execução de uma versão do Hino Nacional em linguagem neutra.
Boulos já havia realizado um pagamento único de R$ 450 mil à Zion Produções na sexta-feira, 23 de agosto, para a organização de eventos de campanha. O ato com o hino ocorreu no sábado, 24.
A campanha não anunciou se alguma parte do montante será estornado.
O candidato do PSOL buscou se desvincular do episódio em fala a jornalistas nesta quarta também. Ele alegou não ter responsabilidade pela letra alterada.
“Não foi, logicamente, uma decisão da minha campanha aquele absurdo que foi feito com o Hino Nacional. Aquilo foi uma produtora, que por sua vez contratou uma cantora que levou àquele episódio. A nossa campanha se posicionou de maneira clara, e a produtora não vai participar de outros eventos”, disse Boulos.
Oposição quer moção de repúdio
Integrantes da oposição protocolaram nesta terça-feira, 27, moções de repúdio ao presidente Lula (PT) após ele participar de um comício no qual o hino nacional foi entoado em “linguagem neutra”.
Durante comício no final de semana do candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL), a cantora Yurungai – que se classifica como uma intérprete da música popular brasileira a partir de influências africanas – resolveu declamar “des filhes” no verso “dos filhos deste solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil”.
A alteração da letra do hino gerou críticas e uma representação contra Boulos na Procuradoria-Geral da República (PGR). O deputado federal apagou o vídeo após a polêmica. A campanha negou que tivesse qualquer gerência sobre o episódio.
“Em um só movimento a dupla Lula/Boulos conseguiu agredir o hino nacional, a língua portuguesa e o aparelho auditivo de quem foi submetido à ‘apresentação’. É de onde menos se espera que não vem nada mesmo…”, chegou a afirmar por meio das redes sociais o líder da oposição no Senado, Ciro Nogueira (PP-PI).
Linguagem neutra em hino nacional é ilegal?
Na moção de repúdio a Lula, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) afirma a “lei 5.700, também conhecida como ‘Lei dos Símbolos Nacionais do Brasil’, em seu Art. 25, estabelece que em qualquer hipótese o hino nacional deve ser executado integralmente e todos os presentes devem tomar atitude de respeito”.
“A violação de qualquer disposição da norma é considerada contravenção penal, segundo o Art. 35 da mesma Lei”, informa o parlamentar.
Já na moção de repúdio do deputado Zé Trovão (PL-SC), o parlamentar afirma que houve um desrespeito à identidade cultural brasileira.
“A modificação da letra do Hino Nacional para a adoção de uma linguagem neutra, como ocorreu no mencionado evento, representa uma violação direta à Lei nº 5.700/1971 e desrespeita a identidade cultural e histórica que o Hino Nacional representa para o povo brasileiro”, declarou ele.
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