O tiro no pé de Antonio Brito
Aos colegas parlamentares, Brito afirmou que respeita o atual presidente, mas que será candidato independentemente do seu apoio
A postura mais independente do deputado Antonio Brito – líder do PSD na Câmara – adotada durante a reunião com o presidente Lula e líderes na tarde de segunda-feira, 27, segundo alguns líderes partidários, diminuiu as chances de ele ser escolhido por Arthur Lira (PP-AL) para sucedê-lo no comando da Presidência da Câmara.
Aos colegas parlamentares, Brito afirmou que respeita o atual presidente, mas que será candidato independentemente do seu apoio, destacando que a decisão final será dos deputados.
O problema, na visão de líderes partidários alinhados a Arthur Lira, é que nenhuma candidatura seria 100% competitiva sem o apoio do deputado alagoano. Nas contas de alguns integrantes do Centrão, Lira tem uma bancada de pelo menos 150 deputados.
Brito também tinha a expectativa de atrair o apoio do governo Lula, porém, após a fala do presidente Lula de que não irá interferir na sucessão para a presidência da Câmara, essa expectativa foi frustrada.
Elmar Nascimento (União Brasil-BA), por sua vez, reforçou que será candidato caso Lira valide sua candidatura e que respeitará a decisão do atual presidente da Câmara. A fala é vista como um sinal concreto de que Lira irá endossar a sua candidatura.
A aposta do líder do PSD na Câmara, no entanto, é no esvaziamento do poder de Lira nesta reta final de gestão. É absolutamente normal que os presidentes de Câmara, meses antes de deixarem a cadeira, percam o poder e a influência sobre os demais colegas.
Além disso, a ala que apoia a candidatura de Brito aposta no desgaste que teve Lira nos últimos anos com alguns setores do Congresso pelo seu estilo centralizador. Algumas reclamações partem, por exemplo, de integrantes da bancada ruralista. Há também reclamações sobre a forma como Lira distribuiu cargos a aliados em estatais, como na Caixa Econômica, por exemplo.
Além de Elmar e Brito, o líder do Republicanos, Marcos Pereira, também é visto como um eventual candidato à Presidência da Câmara. O PT chegou a cogitar uma candidatura própria, mas para não constranger Lira, resolveu desistir da ideia.
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