O ‘bolsonarizado’ Nunes sobre partido de Marçal: “Até o nariz com o PCC”
Esta é a segunda alfinetada de Nunes a Marçal em dois dias; campanha do prefeito o aconselhou a "bolsonarizar-se"
O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB; à esquerda na foto), acusou o partido de seu rival nas eleições de outubro Pablo Marçal (à direita na foto), o PRTB, de estar “envolvido até o nariz” com a maior facção criminosa do país, o PCC.
Questionado nesta segunda, 26 de agosto, sobre aumentar as críticas a Marçal, Nunes respondeu: “Não existe ataque no que existe, é você colocar as situações. Quando alguém demonstra lá, mostra que o partido dele tá envolvido até o pescoço, até o nariz com o PCC, não é ataque, é a imprensa que está relatando”.
Nunes se refere a investigações da Polícia Civil paulista que apontam ligação de duas figuras próximas da direção do PRTB que atuavam em transações comerciais do PCC.
“A gente tem visto o trabalho da imprensa relatando isso, uma pessoa que foi presa por sequestro está lá junto, né? Pessoa que troca carro por drogas, então a imprensa está fazendo um belo de um trabalho de demonstrar as relações que tem o partido dele com o PCC”, acrescentou o emedebista.
Esta é a segunda alfinetada de Nunes a Marçal em dois dias. No domingo, 25, o prefeito chamou o coach de “débil mental”.
A campanha de Nunes o aconselhou a “bolsonarizar-se”, como noticiou O Antagonista na semana passada.
Nunes bolsonarizado
O crescimento do influenciador digital e ex-coach Pablo Marçal (PRTB) na pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira gerou a primeira grande crise no comitê de campanha do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
Pelo levantamento, Marçal cresceu sete pontos percentuais desde a última pesquisa, realizada na primeira semana de agosto. O ex-coach aparece com 21% das intenções de voto, empatado tecnicamente com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP, 23%) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB, 19%) na liderança da corrida pela Prefeitura de São Paulo.
O Antagonista apurou que, antes desses números, a campanha de Nunes pretendia fugir dos embates diretos com Marçal ou mesmo contra Boulos. A ideia do marqueteiro Duda Lima era apostar em uma campanha propositiva, mostrando entregas da atual gestão e apresentando ações para o futuro.
Agora, Nunes tem sido aconselhado por pessoas próximas a “bolsonarizar” e adotar uma postura mais radical, levantando bandeiras típicas do bolsonarismo como ideologia de gênero ou críticas mais contundentes a ministros do STF como Alexandre de Moraes, por exemplo.
Até o momento, o baixo rendimento de Nunes é atribuído ao marqueteiro do PL Duda Lima, que também trabalhou com Jair Bolsonaro em 2022. Duda tem uma postura mais light que outros integrantes da campanha e isso, na visão da ala ideológica do PL, é um problema. Dentro do MDB, já há quem peça uma mudança radical na condução da campanha de Nunes.
A ala mais conservadora do MDB, no entanto, ainda insiste que Marçal pode estar próximo do teto. Principalmente pelo fato de que a pesquisa do Datafolha não conseguiu mensurar, ainda, a discussão pública entre Marçal e o ex-presidente Jair Bolsonaro pelas redes sociais.
Em manifestação oficial, a campanha de Nunes, por sua vez, declarou que avalia os números com serenidade: “No levantamento sobre o primeiro turno, há um empate técnico na primeira colocação, e, sobre o segundo turno, larga vantagem a favor de Nunes.”
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