Pablo Marçal roubou o bolsonarismo de Bolsonaro
Marçal conseguiu roubar de Bolsonaro o bolsonarismo, um movimento mais amplo de pessoas cansadas dos políticos e instituições tradicionais
Pablo Marçal conseguiu roubar o bolsonarismo de Bolsonaro. Quando me refiro ao bolsonarismo, não estou falando apenas dos eleitores de direita ou de Jair Bolsonaro, mas de um movimento mais amplo de pessoas cansadas dos políticos e das instituições tradicionais, que não se sentem representadas. Esse grupo, em sua maioria, valoriza pautas conservadoras como costumes, educação, segurança pública e oposição ao aborto. Essas pessoas, muitas vezes, nem se importam tanto com política a ponto de saberem o que é direita, mas acabaram se identificando com a direita e o bolsonarismo devido à figura de Bolsonaro.
Jair Bolsonaro surgiu e abraçou essas pautas, colocando-se como o líder que defenderia essas ideias. Seu carisma e postura de enfrentamento conquistaram uma adesão impressionante. No entanto, em São Paulo, esse sentimento está sendo capturado por Pablo Marçal.
Pablo Marçal representa uma lógica completamente diferente. Enquanto Bolsonaro ganhou votos por dizer o que muitos queriam dizer e por atacar aqueles que muitos queriam atacar, Marçal adota outra abordagem. Ele é o “desbloqueador de códigos”, aquele que faz as pessoas acreditarem que podem mudar suas vidas. Ele não tem apenas seguidores, mas verdadeiros adoradores, que se dizem transformados por suas ideias. Marçal é o primeiro grande gênio do infoproduto a entrar na política, e ele já está fazendo um estrago considerável.
Bolsonaro, por outro lado, está em uma posição arriscada. Ele não entregou o que prometeu e seu grupo incentivou seus apoiadores a pedirem por um golpe de Estado, o que resultou em prisões sem que ninguém viesse em defesa desses seguidores. Muitos se sentiram traídos por sua proximidade com o Centrão e por dúvidas sobre a conduta de sua família. Além disso, Bolsonaro enfrenta outro problema: sua imagem perante as mulheres. Sua constante troca de esposas por parceiras mais jovens é algo que não passa despercebido. Já Marçal, que faz questão de dizer que casou com sua primeira namorada , oferece uma imagem de estabilidade e valores familiares que ressoa melhor com o público feminino.
Além disso, enquanto Bolsonaro sempre adotou uma postura combativa dentro da própria direita, Marçal prefere o diálogo. Ele oferece um valor percebido como superior, o que atrai aqueles que se cansaram do estilo de confronto constante de Bolsonaro. A direita, que por tanto tempo apoiou uma figura divisiva e sem projeto claro, agora corre o risco de ser substituída por infoprodutos bem embalados que toquem o coração das pessoas.
Nos últimos anos, o bolsonarismo foi mais ocupado em destruir a vida de quem estava na direita e fazia sombra do que em combater a esquerda ou oferecer um projeto de Brasil. Muitos influenciadores saíram das sombras para atacar jornalistas e críticos moderados, em vez de focar em adversários ideológicos reais. Essa conivência e silêncio dentro da direita permitiram que esse estado de coisas persistisse. Agora, os políticos de direita podem ser substituídos por novos líderes, como Marçal, que entendem e respeitam seus seguidores.
O bolsonarismo, ao se apegar a uma figura errática e divisiva, pode ter semeado os ventos que agora se transformam em tempestade. E Pablo Marçal, com sua abordagem diferente, parece estar pronto para colher os frutos desse novo cenário.
A narrativa já está pronta. Os bolsonaristas dizem que Jair Bolsonaro foi obrigado por Valdemar Costa Neto a assumir um compromisso com Ricardo Nunes. O candidato dele seria, na verdade, Ricardo Salles. Sem ele, o homem é Pablo Marçal. A conversa não tem mudado nem com os ataques frontais dos filhos de Bolsonaro ao candidato.
O bolsonarismo elegeu um representante oficial fora da família Bolsonaro e à revelia do que eles têm dito. As pesquisas começam a refletir essa nova realidade.
Pablo Marçal roubou o bolsonarismo de Bolsonaro
Marçal conseguiu roubar de Bolsonaro o bolsonarismo, um movimento mais amplo de pessoas cansadas dos políticos e instituições tradicionais
Pablo Marçal conseguiu roubar o bolsonarismo de Bolsonaro. Quando me refiro ao bolsonarismo, não estou falando apenas dos eleitores de direita ou de Jair Bolsonaro, mas de um movimento mais amplo de pessoas cansadas dos políticos e das instituições tradicionais, que não se sentem representadas. Esse grupo, em sua maioria, valoriza pautas conservadoras como costumes, educação, segurança pública e oposição ao aborto. Essas pessoas, muitas vezes, nem se importam tanto com política a ponto de saberem o que é direita, mas acabaram se identificando com a direita e o bolsonarismo devido à figura de Bolsonaro.
Jair Bolsonaro surgiu e abraçou essas pautas, colocando-se como o líder que defenderia essas ideias. Seu carisma e postura de enfrentamento conquistaram uma adesão impressionante. No entanto, em São Paulo, esse sentimento está sendo capturado por Pablo Marçal.
Pablo Marçal representa uma lógica completamente diferente. Enquanto Bolsonaro ganhou votos por dizer o que muitos queriam dizer e por atacar aqueles que muitos queriam atacar, Marçal adota outra abordagem. Ele é o “desbloqueador de códigos”, aquele que faz as pessoas acreditarem que podem mudar suas vidas. Ele não tem apenas seguidores, mas verdadeiros adoradores, que se dizem transformados por suas ideias. Marçal é o primeiro grande gênio do infoproduto a entrar na política, e ele já está fazendo um estrago considerável.
Bolsonaro, por outro lado, está em uma posição arriscada. Ele não entregou o que prometeu e seu grupo incentivou seus apoiadores a pedirem por um golpe de Estado, o que resultou em prisões sem que ninguém viesse em defesa desses seguidores. Muitos se sentiram traídos por sua proximidade com o Centrão e por dúvidas sobre a conduta de sua família. Além disso, Bolsonaro enfrenta outro problema: sua imagem perante as mulheres. Sua constante troca de esposas por parceiras mais jovens é algo que não passa despercebido. Já Marçal, que faz questão de dizer que casou com sua primeira namorada , oferece uma imagem de estabilidade e valores familiares que ressoa melhor com o público feminino.
Além disso, enquanto Bolsonaro sempre adotou uma postura combativa dentro da própria direita, Marçal prefere o diálogo. Ele oferece um valor percebido como superior, o que atrai aqueles que se cansaram do estilo de confronto constante de Bolsonaro. A direita, que por tanto tempo apoiou uma figura divisiva e sem projeto claro, agora corre o risco de ser substituída por infoprodutos bem embalados que toquem o coração das pessoas.
Nos últimos anos, o bolsonarismo foi mais ocupado em destruir a vida de quem estava na direita e fazia sombra do que em combater a esquerda ou oferecer um projeto de Brasil. Muitos influenciadores saíram das sombras para atacar jornalistas e críticos moderados, em vez de focar em adversários ideológicos reais. Essa conivência e silêncio dentro da direita permitiram que esse estado de coisas persistisse. Agora, os políticos de direita podem ser substituídos por novos líderes, como Marçal, que entendem e respeitam seus seguidores.
O bolsonarismo, ao se apegar a uma figura errática e divisiva, pode ter semeado os ventos que agora se transformam em tempestade. E Pablo Marçal, com sua abordagem diferente, parece estar pronto para colher os frutos desse novo cenário.
A narrativa já está pronta. Os bolsonaristas dizem que Jair Bolsonaro foi obrigado por Valdemar Costa Neto a assumir um compromisso com Ricardo Nunes. O candidato dele seria, na verdade, Ricardo Salles. Sem ele, o homem é Pablo Marçal. A conversa não tem mudado nem com os ataques frontais dos filhos de Bolsonaro ao candidato.
O bolsonarismo elegeu um representante oficial fora da família Bolsonaro e à revelia do que eles têm dito. As pesquisas começam a refletir essa nova realidade.