Justiça determina apreensão de bens de Jair Renan Bolsonaro
O pedido de bloqueio da conta do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi feito em um processo movido por um banco financeiro
A Justiça do Distrito Federal determinou nesta sexta-feira, 23, a apreensão de bens de Jair Renan Bolsonaro para pagamento de uma dívida de R$ 360 mil. O pedido de bloqueio da conta do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi feito em um processo movido pelo Banco Santander.
Sem conseguir intimar o “filho 04 de Bolsonaro”, a pagar o débito, a instituição finaneica pediu à Justiça que fosse realizada uma pesquisa de ativos financeiros em nome dele a fim de que se efetive o arresto de seus bens. O termo jurídico significa a apreensão de carros ou imóveis, por exemplo, para garantir que o valor seja pago. O juiz atendeu à solicitiação do banco.
O bloqueio acontece dias após Jair Renan declarar patrimônio de R$ 42 mil ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele será candidato a vereador em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, pelo PL.
Na prestação de contas feita à Justiça Eleitoral, o filho de Bolsonaro indicou a existência de depósito bancário de pouco mais de R$ 40.591,68, e saldo em conta corrente de R$ 1.478.
Até o momento, a defesa de Jair Renan ainda não se manifestou sobre o caso. Antes disso, os advogados afirmaram que o filho do ex-presidente “foi vítima de um golpe montado por pessoa, que apenas depois se soube ser conhecida pela polícia e pela Justiça”. Ainda segundo os defensores, “tudo ficará esclarecido no curso do processo”.
Lavagem de dinheiro
O banco tenta encontrar o “filho 04 do ex-presidente Bolsonaro” desde o fim do ano passado. Ele é réu em uma ação por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso por supostamente ter enganado o banco para conseguir um empréstimo. Ele nega as acusações.
Jair Renan foi acusado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) na investigação que começou com a operação Nexum, da Polícia Civil do DF, que apurou o esquema de estelionato, entre outros ilícitos.
Em 25 de março, 5ª Vara Criminal do DF tornou réu Jair Renan Bolsonaro e outras cinco pessoas pelos crimes apontados pelo Ministério Público. Ao acolher a denúncia, a Justiça afirmou que ela cumpre “os requisitos necessários para dar início à persecução penal em juízo”.
As suspeitas recaem sobre uma declaração de um faturamento de R$ 4,6 milhões da Bolsonaro JR Eventos e Mídia, entre julho de 2021 e julho de 2022. Além do filho do ex-presidente, a Polícia Civil do DF havia indiciado, em março, o instrutor de tiros Maciel Alves de Carvalho, amigo de Jair Renan e sócio da empresa de eventos.
O documento da empresa, que tem uma suposta assinatura de Jair Renan, foi apreendido na casa do ex-assessor do filho do ex-presidente durante uma operação deflagrada em novembro do ano passado pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária. Ele nega que tenha assinado os documentos.
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