“Está simplesmente produzindo nulidade”, diz Ciro sobre Moraes
O ex-presidenciável criticou a condução do inquérito das fake news pelo ministro do Supremo Tribunal Federal
Ciro Gomes (PDT) criticou na quarta-feira, 21, a condução do inquérito das fake news pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, como apontam mensagens vazadas de seus assessores, fez uso “fora do rito” do TSE para avançar na apuração.
Para Ciro, o magistrado está “produzindo nulidades” que podem, “inclusive, garantir a impunidade dos malfeitores”.
“Desde 2019, [Moraes] resolveu transformar esse inquérito numa coisa que não tem fim, no inquérito do fim do mundo. Isso, data máxima vênia, não é direito. É incorreto. Está simplesmente produzindo nulidade para, inclusive, garantir a impunidade dos malfeitores“, afirmou o ex-ministro em vídeo publicado nas redes sociais.
“Como é ele mesmo [Moraes] o agredido, ele está aparentemente, perdendo a isenção e o distanciamento”, acrescentou.
“Está tudo se perdendo. São quase seis anos já. Nesse ínterim, no rodízio natural, o ministro ficou com duas cadeiras […] Ora, não importa que ele considere esquizofrênico isso, porque vão se passar anos daqui até o julgamento e esses ofícios é que ficarão com a memória das tramitações”, continuou.
“Isto tudo é nulo. Tudo isso vai ganhar a impunidade dos grandes canalhas que agrediram os ministros [do STF]”, completou.
Ciro cobrou ainda o encerramento do inquérito das fake news e o estabelecimento de “instituições superiores aos homens”.
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A Vaza Toga
Mensagens de texto de assessores de Moraes indicam o uso “fora do rito” do TSE para avançar o inquérito das fake news no STF, diz reportagem da Folha de S. Paulo publicada em 13 de agosto.
Segundo o jornal, o setor de combate à desinformação do TSE forneceu material ao gabinete de Moraes no STF.
“As mensagens revelam um fluxo fora do rito envolvendo os dois tribunais, tendo o órgão de combate à desinformação do TSE sido utilizado para investigar e abastecer um inquérito de outro tribunal, o STF, em assuntos relacionados ou não com a eleição daquele ano”, diz o jornal.
As trocas de informação ocorriam pelo aplicativo de mensagens WhatsApp.
De acordo com a reportagem, o “maior volume de mensagens com pedidos informais” envolveu Tagliaferro e o “assessor mais próximo de Moraes no STF”, o juiz instrutor Airton Vieira.
“As mensagens mostram que Airton Vieira (STF) pedia informalmente via WhatsApp ao funcionário do TSE relatórios específicos contra aliados de Jair Bolsonaro (PL). Esses documentos eram enviados da Justiça Eleitoral para o inquérito das fake news, no STF.”
O jornal afirma ter acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos de assessores de Moraes, incluindo Vieira, que é o primeiro auxiliar do gabinete do ministro no Supremo.
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