Na manhã da terça-feira (20), as Polícias Civis de Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina deflagraram uma operação conjunto contra um grupo suspeito de promover rifas ilegais nas redes sociais. A ação, batizada de “Fortis Fortuna Adiuvat”, teve como alvo dois influenciadores digitais identificados como Nélio DGrazi, de Belo Horizonte (MG), e Matheus Sales, de Rio Branco do Sul (PR).

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em localidades como Rio Branco do Sul, Itapema e Balneário Camboriú em Santa Catarina, além de Belo Horizonte. O delegado responsável pelo caso, Gabriel Fontana, revelou detalhes do esquema que envolvia sorteios fraudulentos inspirados na loteria federal.

Esquema de Rifas Ilegais Envolve Grandes Quantias de Dinheiro

Os suspeitos realizavam sorteios nas redes sociais, oferecendo ao comprador um ‘número da sorte’ entre 01 e 9.999.999. Conforme explicado pelo delegado Fontana, as rifas incluíam desde veículos de alto padrão até valores em dinheiro, algo que ia além das cinco dezenas tradicionais da loteria federal, que variam de 01 a 100.000.

Há indícios fortes de que os sorteios fossem manipulados para garantir que os prêmios nunca saíssem de dentro do grupo criminoso. Esse tipo de fraude não apenas enganava os consumidores, mas também gerava uma receita ilegal significativa para os organizadores das rifas.

Como as Autoridades Descobriram o Esquema?

A investigação que culminou na operação “Fortis Fortuna Adiuvat” foi desencadeada após denúncias e uma análise minuciosa das atividades suspeitas nas redes sociais. A Polícia Civil de Santa Catarina conseguiu, através de uma decisão judicial, o bloqueio de contas bancárias dos investigados, com um montante aproximado de R$ 25 milhões, que foram arrecadados ao longo do último ano.

Além do bloqueio financeiro, as contas nas redes sociais e o site usado pelos suspeitos para promover os sorteios foram suspensos. Durante as apreensões, foram encontrados joias, 13 veículos de alto padrão e três motocicletas esportivas, totalizando cerca de R$ 3,5 milhões.

Quais as Consequências para os Envolvidos?

O delegado Gabriel Fontana ressaltou que as rifas de veículos e de valores em dinheiro só podem ser realizadas com autorização do Ministério da Fazenda. De acordo com Fontana, o próprio imóvel de um dos suspeitos foi adquirido com o dinheiro proveniente das rifas ilegais, e está avaliado em aproximadamente R$ 4 milhões.

Matheus Sales, que possui cerca de 480 mil seguidores no Instagram, frequentemente publicava vídeos mostrando veículos de alto padrão. Nélio DGrazi, outro influenciador envolvido, acumula cerca de 1,3 milhões de seguidores com conteúdo similar. A operação trouxe à tona a realidade desses influenciadores, cujas vidas de luxo eram mantidas por meio de atividades ilícitas.

Continuará a Justiça Conduzindo Novas Investigações?

As investigações não se encerram com os resultados da operação desta terça-feira. A Polícia Civil continuará com as apurações para desmantelar totalmente o esquema e identificar outros possíveis envolvidos. A colaboração da população é crucial, e denúncias podem ser feitas de forma anônima.

A operação “Fortis Fortuna Adiuvat” é um passo significativo na luta contra fraudes e atividades ilegais no ambiente digital. Com a conscientização e a colaboração das autoridades e da população, espera-se que cada vez mais esquemas como esse sejam desmascarados e desmantelados.