Dono de loja de armas é preso por suspeita de forjar roubo no DF
Empresário é acusado de vendas ilegais de armas antes de suposto roubo; quatro outros envolvidos também foram presos
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu o proprietário da loja Delta Guns, localizada em Ceilândia, onde 100 armas foram supostamente roubadas em junho deste ano. Além dele, outras quatro pessoas foram detidas. A ação ocorreu nesta segunda-feira, 19, com agentes cumprindo mandados de busca e apreensão em diversos endereços relacionados aos suspeitos.
De acordo com as investigações, não houve um roubo de fato. O dono da loja, Tiago Henrique Nunes de Lima, é suspeito de ter reportado um crime falso às autoridades.
Segundo reportagem do G1, as investigações indicam que Tiago Henrique teria vendido armas e munições de maneira ilegal antes de forjar o roubo. A defesa do suspeito afirmou que ele se apresentou voluntariamente à polícia e que está colaborando com as investigações.
Invasão à loja
A polícia informou que, até o momento, não há evidências de que a venda ilegal de armas esteja diretamente relacionada à invasão da loja, que teria ocorrido por meio de um buraco feito na parede do estabelecimento.
A invasão, inicialmente reportada como um roubo, foi planejada por um grupo de quatro pessoas, que também foram presas nesta segunda-feira.
Thiago Braga Martins, identificado como o mentor intelectual da invasão, confessou à polícia que participou do crime. Ele e os outros envolvidos alugaram a loja vizinha à Delta Guns, utilizando o espaço para acessar o estabelecimento e tentar arrombar o cofre.
No entanto, Thiago afirmou que, ao invadirem a loja, não encontraram as armas no cofre, o que levou a polícia a suspeitar da veracidade do roubo reportado.
Apreensão de armas
Durante as operações realizadas nesta segunda-feira, as autoridades apreenderam 69 armas que estavam sob a posse de Tiago Henrique. Embora as armas sejam legalizadas, elas foram retiradas de circulação como medida preventiva para evitar que sejam vendidas de forma ilícita.
As investigações seguem em curso, com o objetivo de esclarecer todos os detalhes relacionados tanto às vendas ilegais quanto à suposta invasão da loja. As autoridades trabalham para determinar a extensão das atividades ilegais e a possível existência de outros envolvidos no esquema.
Em junho deste ano, o caso ganhou notoriedade quando o proprietário da loja Delta Guns relatou o roubo de 100 armas, incluindo revólveres, pistolas e carabinas de grosso calibre. Na época, acreditava-se que os criminosos haviam alugado uma loja vizinha e, a partir dela, feito buracos na parede para acessar a sala-cofre onde o arsenal estava guardado.
O proprietário notificou a polícia dois dias após a suposta invasão, alegando que as armas haviam sido levadas. Entretanto, as investigações posteriores revelaram inconsistências na história, especialmente após a confissão de Thiago Braga Martins, que indicou que o cofre estava vazio.
Medidas de segurança questionadas
Outro ponto que chamou a atenção das autoridades foi a falta de medidas eficazes de segurança no estabelecimento. Apesar de o proprietário alegar que a loja contava com 17 câmeras de vigilância, alarme, e sensores de presença, os investigadores constataram que as câmeras foram levadas pelos supostos criminosos.
Além disso, não havia sistema de backup ou compartilhamento em nuvem das gravações, o que dificultou o trabalho da polícia.
Segundo o Exército Brasileiro, órgão responsável pela fiscalização de armas no país, a loja tinha todas as licenças necessárias para a comercialização de armamentos. Uma inspeção realizada no início de junho não identificou irregularidades aparentes, o que agora está sendo reavaliado diante das novas descobertas.
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