Repórter do New York Times vaza dados pessoais de 600 judeus australianos Repórter do New York Times vaza dados pessoais de 600 judeus australianos
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Repórter do New York Times vaza dados pessoais de 600 judeus australianos

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Alexandre Borges
4 minutos de leitura 19.08.2024 04:06 comentários
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Repórter do New York Times vaza dados pessoais de 600 judeus australianos

Simpatizantes do Hamas usaram as informações para ameaçar e perseguir membros da comunidade judaica australiana

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Repórter do New York Times vaza dados pessoais de 600 judeus australianos
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Natasha Frost (foto,), repórter do The New York Times baseada em Melbourne, Austrália, tornou-se o centro de uma crise após vazar dados pessoais de mais de 600 membros judeus australianos de um grupo de WhatsApp, em fevereiro de 2024.

A jornalista compartilhou 900 páginas de conteúdo do grupo com um contato, que posteriormente disseminou as informações online. O vazamento levou a uma série de ataques de doxxing, assédio e ameaças por parte de simpatizantes do Hamas, resultando em vandalismo e intimidação contra as vítimas.

Os dados vazados incluíam números de telefone e outras informações pessoais dos membros do grupo, como além de conversas privadas que também foram utilizadas para reforçar as ameaças. Em alguns casos, essas ameaças evoluíram para ataques físicos, com relatos de vandalismo em residências e negócios pertencentes aos membros do grupo.

Joshua Moshe (foto) teve que deixar sua casa com a família após receber ameaças contra seu filho pequeno, e sua loja foi vandalizada por conta da imprudência de Frost.

O New York Times reconheceu o incidente e afirmou ter tomado medidas disciplinares contra Natasha Frost. A repórter, por sua vez, afirmou que compartilhou os dados com apenas uma pessoa e que a disseminação subsequente ocorreu sem seu conhecimento ou consentimento. “Foi um grave erro de julgamento, e lamento profundamente as consequências que isso trouxe para a comunidade”, disse Frost em um comunicado divulgado após o escândalo.

Este incidente reacendeu o debate sobre a privacidade e a segurança online, especialmente em tempos de conflitos geopolíticos intensificados. Organizações de direitos civis na Austrália e em outros países têm pressionado por legislações mais rigorosas contra o doxxing, um fenômeno em que informações pessoais são publicadas online com a intenção de intimidar ou prejudicar as vítimas.

A comunidade judaica na Austrália, que já enfrentava um aumento de incidentes antissemitas, agora lida com um nível sem precedentes de medo e insegurança. Representantes da comunidade têm solicitado maior proteção das autoridades e um esforço internacional para abordar os perigos do vazamento de dados. O caso continua a ser investigado, e há uma crescente pressão para que medidas sejam tomadas para prevenir incidentes semelhantes no futuro.

A situação também destaca a responsabilidade dos jornalistas em proteger as informações confidenciais que recebem no exercício de suas funções, principalmente em um ambiente digital onde as repercussões podem ser rápidas e devastadoras.

O que é doxxing?

Doxxing é a prática de coletar e divulgar informações pessoais de alguém na internet sem o consentimento da pessoa, com a intenção de expor a vítima ao assédio ou violência. As informações vazadas podem incluir números de telefone, endereços, dados bancários e até registros pessoais.

Casos de doxxing têm se tornado cada vez mais comuns, e em alguns deles, as consequências foram trágicas. Um dos exemplos mais notórios é o caso de Heather Heyer, ativista que foi morta em 2017 durante um protesto contra supremacistas brancos em Charlottesville, nos Estados Unidos. Após sua morte, dados pessoais de sua família foram expostos online, resultando em ameaças e perseguições contra seus parentes.

Outro exemplo é o de Brianna Wu, uma desenvolvedora de jogos que foi alvo de doxxing durante o movimento Gamergate em 2014. Wu recebeu inúmeras ameaças de morte e estupro, forçando a influenciadora a abandonar sua casa por questões de segurança.

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