Greve do INSS: servidores em paralização desde julho aguardam propostas do Governo
Greve do INSS continua e aumenta fila de espera por benefícios.
Nesta última sexta-feira, 16, o sindicato dos trabalhadores do INSS (Sinssp-BR) anunciou que a greve dos servidores do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) segue firme.
As negociações com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) realizadas na última quarta-feira, 14, não alcançaram um acordo satisfatório para os servidores.
A paralisação, iniciada em julho e intensificada em agosto, tem causado sérios impactos nos serviços prestados à população.
Os servidores reivindicam a manutenção do acordo fechado em 2022, que prevê um reajuste salarial de 33%, tendo em vista perdas salarias acumuladas.
Além disso, lutam para que o cargo de técnico do seguro social exija ensino superior e que a carreira seja enquadrada como estratégica, o que garantiria melhores benefícios.
Por que as propostas do Governo não foram aceitas?
Duas propostas foram apresentadas pelo governo com o objetivo de resolver a situação.
Na primeira, houve a sugestão de agregar a Gratificação de Atividade Executiva (GAE) ao Vencimento Básico (VB), proporcionando um aumento superior a 30% dependendo do nível do servidor.
A segunda proposta englobava a mesma gratificação e o vencimento, além da requalificação de cargos de nível superior a partir de janeiro de 2025.
No entanto, ambas foram rejeitadas. Segundo o Sinssp-BR, a primeira proposta condiciona o reajuste ao desempenho do servidor, exigindo o cumprimento de metas.
Já a segunda proposta, considerada ainda menos vantajosa, apenas modificava a estrutura salarial sem acréscimo significativo no percentual de reajuste.
Além disso, a proposta congelava o adicional por tempo de serviço, afetando negativamente servidores ativos e aposentados.
Como a Greve do INSS afeta o atendimento?
Com a continuidade da greve, os serviços do INSS têm sido fortemente impactados.
A produtividade nos atendimentos presenciais, semipresenciais e remotos caiu significativamente.
Segundo o INSS, a fila de pedidos de aposentadoria aumentou em 11,2% desde julho de 2023, totalizando aproximadamente 1,5 milhão de solicitações pendentes em todo o Brasil.
Na área de perícias médicas, cerca de 4 mil exames presenciais foram remarcados, afetando milhares de segurados.
Embora exista uma determinação judicial para manter 85% da força de trabalho ativa, essa medida não tem sido suficiente para evitar atrasos e gargalos no atendimento.
O impacto direto é sentido pelos cidadãos que dependem dos serviços do INSS.
Quais alternativas os segurados têm durante a greve?
Para mitigar os efeitos da greve, o INSS recomenda o uso do site e do aplicativo “Meu INSS” para solicitações de benefícios como aposentadoria, pensão e salário-maternidade.
Também é possível entrar em contato com a Central 135, disponível para todo o país, para realizar essas solicitações.
Segurados que necessitam de auxílio-doença por um período de até 180 dias podem utilizar o Atestmed, uma ferramenta que substitui a perícia médica presencial por uma análise documental.
Para aqueles que já têm perícias agendadas, a troca pelo atendimento digital pode ser feita pelo telefone da Central 135.
O que esperar dos próximos passos?
A continuidade da greve reflete a insatisfação dos servidores com as propostas atuais e a urgência de melhores condições de trabalho e reconhecimento profissional.
A situação permanece incerta, enquanto tanto o governo quanto os servidores buscam uma solução que atenda às demandas da categoria e minimize os transtornos para a população.
- A paralisação começou em julho de 2023 e se intensificou em agosto.
- Principais demandas incluem um reajuste de 33% e o reconhecimento da carreira como estratégica.
- As propostas do governo incluíram a incorporação da GAE ao VB e requalificação de cargos.
- A greve resultou em um aumento da fila de espera e remarcação de perícias médicas.
- Segurados podem utilizar alternativas digitais e a Central 135 para solicitações de benefícios.
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