Estudos apontam a importância de “não fazer nada”
Millennials e a Geração Z estão cada vez mais adotando o conceito de slow living, que surgiu na Itália, nos anos 80, e defende uma abordagem mais lenta à vida cotidiana.
Que tal não fazer nada por um ano inteiro? Isto é: ficar sem trabalhar, sem responder a e-mails, sem progresso na carreira, sem esforços, sem conquistas e sem preocupações com a produtividade. Para muitos, este pensamento pode parecer uma verdadeira utopia.
Trabalhar é visto como status, ganhar dinheiro é uma conquista significativa e ficar ocupado é motivo de orgulho. No entanto, nos últimos tempos, a ideia de um ano sem fazer nada tem se tornado um desejo crescente e, para alguns, até uma aspiração de vida. O conceito de viver lentamente vem ganhando espaço e adeptos, principalmente entre os millennials e a Geração Z.
#SlowLiving: Uma Vida Sem Pressa
Millennials, nascidos entre 1981 e 1995, estão adotando cada vez mais o conceito de #SlowLiving (viver lentamente). No Instagram, esta hashtag já foi usada mais de seis milhões de vezes. Curiosamente, este movimento defende a diminuição do tempo em frente às telas, apesar das redes sociais serem um dos meios de divulgação.
Já a Geração Z, nascida entre 1995 e 2010, é conhecida pela demissão silenciosa e pelos “empregos de meninas preguiçosas”. Isto significa que essas pessoas fazem o mínimo necessário no trabalho para preservar sua energia para aspectos mais significativos da vida, como hobbies, relacionamentos e autocuidado.
Qual é a Origem do Movimento Slow Living?
A tendência de trabalhar menos não é exclusiva dessa geração. No Reino Unido, por exemplo, o conceito da semana de trabalho de quatro dias está ganhando força. Podemos definir de forma divertida essa mudança: sai o alvoroço, entra a tranquilidade.
Emma Gannon conhece bem este assunto. A escritora e podcaster lançou “A Year of Nothing” (“Um ano de nada”, em tradução livre), no início de 2024, registrando seus 12 meses de descanso completo. O livro rapidamente esgotou e está previsto para receber uma nova impressão em novembro.
Desacelerar Está na Moda?
Gannon não está sozinha em sua jornada de desaceleração. Nas prateleiras de autoajuda de livrarias ou nas recomendações de leitura, encontramos muitos livros incentivando um estilo de vida mais lento. Entre os mais populares está “Resista: Não Faça Nada: A Batalha pela Economia da Atenção” de Jenny Odell.
Ele mostra como a tecnologia e as redes sociais sugam nossa atenção e defende a reconexão com o mundo natural e nosso próprio interior. Odell faz parte de um grupo de escritores que incentivam uma resistência ativa à incessante busca por produtividade.
Por Que Estamos Tão Cansados?
A teoria de Gannon é simples: todos estamos extremamente cansados. A constante disponibilidade proporcionada pelos smartphones e a onipresença das redes sociais contribuem para o esgotamento. Toda essa conectividade e a expectativa de estar sempre ativo sobrecarregam nossa mente.
A pandemia de 2020 também desempenhou um papel significativo ao permitir que muitos experimentassem um ritmo mais lento pela primeira vez. Para alguns, a pausa no deslocamento e nas distrações do trabalho tradicional abriu espaço para uma reflexão sobre a vida.
Caminho para o Descanso
Para aqueles que se encontram sobrecarregados, Gannon sugere uma mudança na mentalidade. Mesmo pequenas pausas, como caminhar ou comprar flores, podem fazer uma diferença significativa. Ela acredita que as melhores coisas da vida são de graça e todos podem encontrar pequenos momentos de alegria.
Seu livro “A Year of Nothing” estará disponível em novembro, trazendo um relato inspirador sobre a importância do descanso em nossa sociedade tão acelerada. Assim, o movimento #SlowLiving continua a ganhar adeptos, incentivando-nos a encontrar equilíbrio e valor na vida, mesmo nos pequenos momentos.
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