Macri acusa Lula de ser “cúmplice da ditadura assassina de Maduro”
Para o ex-presidente argentino, a ideia do petista sobre segundo turno na Venezuela significa “uma zombaria da esperança dos venezuelanos"
O ex-presidente argentino Mauricio Macri (foto) criticou a ideia encabeçada por Lula e pelos governos de Colômbia e México sobre realizar um segundo turno das eleições presidenciais da Venezuela. Em publicação no X, Macri afirmou que o governo brasileiro e colombiano são cúmplices da ditadura de Nicolás Maduro.
“Lula, que considero um democrata e cujo desprezo pelo futuro dos venezuelanos nunca deixa de me surpreender, sugeriu que uma saída para a crise poderia ser uma repetição das eleições. Proposta que Petro respondeu em suas redes sociais”, escreveu o ex-presidente argentino.
“Aqueles que hoje solicitam a convocação de novas eleições na Venezuela só podem ser considerados cúmplices da ditadura assassina de Maduro e da sua fraude. Longe de ajudar o povo venezuelano, prolongam o seu sofrimento. No dia 28 de julho, em um dia histórico, os venezuelanos deram uma mensagem forte: Maduro deve deixar o poder. O povo venezuelano conseguiu levantar a voz apesar das constantes restrições e armadilhas”, acrescentou.
Para Macri, sugerir a realização de novas eleições na Venezuela, “no quadro de um regime ditatorial”, significa “uma zombaria da esperança dos venezuelanos, que há algum tempo lutam pela recuperação democrática no seu país”.
“A sangrenta ditadura de Maduro causou um sofrimento indescritível. Além dos crimes contra a humanidade pelos quais está sendo investigado pelo Tribunal Penal Internacional, existe a crise humanitária mais profunda da história do nosso continente. Porque Maduro não só suprimiu as liberdades individuais dos venezuelanos, mas também os mergulhou na pobreza extrema, causando uma migração de quase oito milhões de pessoas que sempre desejam regressar à sua terra natal”, escreveu Macri.
“Com a sua cumplicidade com o regime de Maduro, o Brasil e a Colômbia serão responsáveis por enterrar esse sonho e gerar uma nova migração em massa em toda a América Latina.”
Lula é negacionista da ditadura de Maduro
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou a ideia encabeçada por Lula e pelo presidente Gustavo Petro, da Colômbia, sobre um segundo turno na Venezuela.
O petista afirmou na sexta-feira, 16, que “a Venezuela é um regime desagradável, um governo autoritário”, mas não é uma “ditadura”. Ele deu a declaração à Rádio Gaúcha, ao comentar a farsa eleitoral promovida por Maduro.
Vinte e seis ex-chefes de Estado e de governo da América Latina e da Espanha criticaram a proposta do petista.
As lideranças descreveram a sugestão do petista, elaborada com os governos de Colômbia e México, de “escandalosa”.
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“Os ex-chefes de Estado e de Governo participantes da Iniciativa Democrática de Espanha e das Américas (Grupo Idea) levantam a voz para salientar enfaticamente que é escandaloso para a comunidade das nações democráticas das Américas ver os governos de Brasil, Colômbia e México aderirem ao propósito do ditador Nicolás Maduro de permanecer no poder e até promover novas eleições na Venezuela”, diz a nota do grupo Iniciativa Democrática de Espanha e das Américas (Idea).
O grupo relembrou que a ditadura de Maduro violou os Acordos de Barbados, firmados em outubro com participação dos Estados Unidos para a realização de eleições limpas na Venezuela ao proibir a observação eleitoral e prender observadores.
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