Debate na Câmara dos Deputados: greve do INSS e reivindicações dos servidores
Debate na Câmara dos Deputados, greve do INSS e reivindicações dos servidores.
Representantes dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estiveram na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 14 de agosto de 2024, para discutir com parlamentares as motivações e soluções para a greve da categoria que já se estende por 29 dias.
A reunião ocorreu na Comissão de Legislação Participativa e contou com a presença de diversos deputados e líderes sindicais.
Eles pedem reajuste salarial, incorporação de gratificação ao vencimento básico, concurso público, e melhores condições de trabalho.
Além disso, criticam a terceirização de serviços prestados pelo INSS, salientando o impacto negativo na qualidade do atendimento.
Reivindicações dos servidores do INSS
Durante a reunião, o presidente do colegiado, deputado Glauber Braga (Psol-RJ), propôs que um documento seja formalizado junto aos sindicatos e enviado em 24 horas à ministra Esther Dweck, solicitando a abertura de um canal de negociação com o governo federal.
Os representantes das categorias destacaram três eixos principais em suas demandas:
- Carreira
- Pauta remuneratória
- Condições de trabalho
Thaize Antunes, representante de São Paulo na Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), afirmou que o INSS é hoje um órgão sucateado, com falta de equipamentos adequados, internet lenta e sistemas obsoletos.
Para ela, essas condições comprometem significativamente a qualidade do trabalho prestado à população.
Quais são os impactos da terceirização no INSS?
Lídia de Jesus, da Fenasps da Bahia, apresentou dados alarmantes sobre a terceirização dos serviços no INSS.
Segundo ela, R$ 8 bilhões estão sendo gastos com terceirização, verba que poderia ser direcionada para a valorização da carreira dos servidores, estruturação das agências e realização de concursos públicos.
Cristiano Machado, da Fenasps de São Paulo, reforçou que o modelo remuneratório atual coloca uma “faca no pescoço do servidor”, com um vencimento básico abaixo do salário mínimo e gratificações que constituem 80% da remuneração total.
Isso faz com que os servidores se sintam constantemente pressionados e desvalorizados.
Quais são as soluções propostas pelo Governo?
O Ministério de Gestão e Inovação apresentou uma proposta de reajuste acumulado de 24,8% entre 2023 e 2026 para os servidores e inativos.
No entanto, os sindicatos consideram o índice insuficiente e reivindicam um reajuste de 33%, mantendo a greve em curso.
Durante a reunião, Machado também relatou que muitos servidores estão adoecendo devido ao excesso de trabalho.
Ele defendeu novas contratações para reduzir o volume de processos acumulados no órgão e melhorar as condições de trabalho.
Segundo Machado, menos de 85% da força de trabalho do INSS está em atividade, mesmo sem a greve.
Isso demonstra a urgência de resolver a questão para garantir um atendimento de qualidade à população.
O que vem a seguir?
Após ouvir as reivindicações dos servidores, o deputado Glauber Braga propôs a formalização de um documento em conjunto com os sindicatos.
Esse documento será enviado à ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, buscando a abertura de um canal de negociação para resolver a situação.
As próximas etapas incluirão o acompanhamento dessa proposta e novas reuniões entre os representantes sindicais e o governo federal, na tentativa de encontrar uma solução justa e eficaz para todos os envolvidos.
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