OMS declara surto de Mpox na África como emergência de saúde pública global
Já são mais de 14 mil casos e 500 mortes apenas em 2024 na República Democrática do Congo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na quarta-feira, 14 de fevereiro, a declaração do surto de mpox na África como uma emergência de saúde pública global. A OMS destacou a preocupação com a cepa mais letal do vírus, conhecida como clado 1B, que ameaça se espalhar para outras regiões do mundo.
Em julho de 2024, durante a Cúpula Global de Preparação para Pandemias realizada no Rio de Janeiro, a OMS já havia incluído o vírus da mpox na lista de micro-organismos com potencial de causar pandemias. A conferência visava desenvolver estratégias e ferramentas para enfrentar ameaças emergentes de pandemias e acelerar a pesquisa sobre a transmissão de doenças.
O que é o Clado 1B da Mpox?
O clado 1B é uma variante mais transmissível e letal do vírus mpox, endêmica na República Democrática do Congo. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), entre as características preocupantes dessa cepa estão a sua capacidade de causar doenças graves e sua alta letalidade. Em setembro de 2023, casos da subvariante 1B foram confirmados no Congo e em regiões adjacentes.
A Mpox pode virar pandemia?
A elevada transmissibilidade e letalidade do clado 1B levantam preocupações de uma possível pandemia, segundo especialistas. A infectologista Raquel Stucchi, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), acredita que o vírus pode se espalhar globalmente devido à alta mobilidade de pessoas entre países.
Giliane Trindade, microbiologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também enfatiza o risco de disseminação global devido à transmissão comunitária não controlada na República Democrática do Congo.
Quais medidas devem ser tomadas para conter a Mpox?
Segundo a infectologista Raquel Stucchi, a vacinação é fundamental para conter surtos e prevenir uma pandemia. Ela enfatiza a necessidade de maior igualdade no acesso ao imunizante, especialmente nas regiões mais afetadas da África.
- Vacinação: Distribuição equitativa de vacinas para todas as regiões afetadas.
- Tratamento Adequado: Inicio precoce do tratamento para pacientes em risco.
- Coordenação Internacional: Política multilateral para enfrentar a doença.
Como está a situação do Mpox no mundo?
De acordo com o CDC, o surto atual na República Democrática do Congo é o mais disseminado e letal na região até o momento. Este ano, o país registrou 15,6 mil casos e 537 mortes, números superiores ao surto de 2022, que teve 85 mil casos e 120 mortes globais.
No Brasil, foram registrados 709 casos de mpox até agora. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou não haver motivo para alarme, mas destacou a importância de medidas preventivas para conter a disseminação do vírus.
Sintomas da Mpox e o que fazer em caso de suspeita
- Febre: Pode ser um dos primeiros sintomas da infecção.
- Erupção Cutânea: Lesões dolorosas na pele, similares às da varíola.
- Inchaço dos Linfonodos: Em áreas como pescoço e axilas.
- Fadiga: Sensação de cansaço extremo.
Se apresentar qualquer um desses sintomas após possível exposição, procure imediatamente um médico. O diagnóstico rápido e o isolamento são essenciais para prevenir a disseminação do vírus.
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