Surto de Mpox na África: OMS convoca comitê de emergência
Surto de mpox na África levanta preocupações sobre disseminação global e leva a OMS a convocar comitê de emergência.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou um comitê de emergência para esta quarta-feira (14) a fim de avaliar o surto de mpox na África e o risco de disseminação internacional. Este anúncio foi feito pelo diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na última quarta-feira (7).
O diretor-geral da OMS destacou que a decisão de convocar o comitê emergencial foi motivada pelo registro crescente de casos fora da República Democrática do Congo. Com as infecções aumentando há mais de dois anos, uma mutação recente agravou o cenário, permitindo a transmissão do vírus de pessoa para pessoa.
Mpox: Uma Emergência de Saúde Pública Global?
Mas afinal, o que é uma Emergência de Saúde Pública Global? Uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) é o mais alto nível de alerta da OMS em relação a uma doença. Este status é alcançado levando em conta diversos fatores epidemiológicos, como o potencial de transmissão, a severidade da doença e a capacidade de impacto em viagens internacionais.
O objetivo é alertar para o risco de disseminação internacional e a necessidade de uma resposta coordenada globalmente. Um exemplo disso foi a Covid-19, que em janeiro de 2020 foi declarada ESPII e, posteriormente, classificada como pandemia em março do mesmo ano.
Quais os Números do Mpox no Mundo?
Desde janeiro de 2022 até junho de 2024, a OMS relatou 99.176 casos confirmados de mpox em 116 países, resultando em 208 mortes. Só em junho de 2024, 934 casos foram confirmados e quatro mortes reportadas em 26 países, indicando uma transmissão contínua da mpox globalmente.
Os dados mostram que a África foi a região mais impactada, com 567 casos confirmados, seguida pela América com 175 casos, e Europa com 100 casos. Há também relatos de propagação do surto em Burundi, Quênia, Ruanda, e Uganda, todos na África Oriental.
Qual é a Letalidade da Nova Variante da Mpox?
No fim de junho de 2024, a OMS emitiu um alerta sobre uma nova variante da mpox, que demonstrou ser mais letal. A variante 1b tem uma taxa de letalidade acima de 10% entre crianças pequenas na África Central. Em contraste, a variante 2b, responsável pela epidemia global de 2022, tinha uma taxa de letalidade inferior a 1%.
Essa nova variante apresenta um grave risco, especialmente para populações vulneráveis como crianças. Por isso, o monitoramento e resposta rápida são cruciais para prevenir novos surtos e minimizar o impacto.
Quais Medidas de Prevenção e Vacinação estão em Andamento?
Esta semana, a OMS lançou um documento oficial solicitando que fabricantes de vacinas contra a mpox submetam pedidos de análise para uso emergencial. Esse pedido visa acelerar a disponibilidade dessas vacinas, especialmente em países de baixa renda que ainda não possuem mecanismos regulatórios próprios.
A entidade enfatiza que esses pedidos devem ser baseados em pesadas análises de risco-benefício, garantindo que as vacinas sejam seguras, eficazes e de qualidade garantida. A aprovação emergencial permitirá que organizações como a Aliança para Vacinas (Gavi) e o UNICEF adquiram doses para distribuição nos países mais necessitados.
O Que é Mpox? Entenda a Doença
A mpox é uma doença zoonótica viral que pode ser transmitida de animais para humanos, ou entre humanos, através de contato direto com indivíduos ou materiais contaminados. Seus sintomas incluem erupções cutâneas, linfonodos inchados, febres e dores no corpo.
As lesões cutâneas podem ser pequenas bolhas contendo líquido claro ou amarelado, eventualmente formando crostas que depois caem. Essas lesões aparecem principalmente no rosto, nas palmas das mãos e nas solas dos pés, mas podem ocorrer em outras regiões do corpo, incluindo boca, olhos, órgãos genitais e ânus.
Em maio de 2023, a OMS havia declarado que a mpox não configurava mais uma emergência de saúde pública de importância internacional. No entanto, casos relacionados a viagens e constantes notificações sugerem que precisamos manter a vigilância e responder de forma proativa para controlar a doença.
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