81% dos brasileiros rejeitam atletas intersexo em categoria feminina
Os brasileiros são em sua imensa maioria contrários à participação de atletas intersexo nas modalidades femininas, principalmente pela vantagem física que esses atletas possuem
Uma pesquisa que busca oferecer um panorama da opinião sobre os Jogos Olímpicos de 2024, feita pelo Instituto Real Time Big Data com exclusividade para Crusoé/O Antagonista, perguntou a mil brasileiros se eles concordavam com a participação de atletas intersexo nas categorias femininas.
Resultado: 81% disseram que discordam.
Segundo o cientista político Bruno Soller, que conduziu a pesquisa, os brasileiros são em sua imensa maioria contrários à participação de atletas intersexo nas modalidades femininas, principalmente pela vantagem física que essas atletas possuem. “É muito difícil reverter essa imagem“, diz Soller.
Intersexo nos Jogos Olímpicos
A questão foi levantada durante os jogos desde a luta de boxe da categoria até 66 kg entre a argelina Imane Khelif (foto) e a italiana Angela Carini, na estreia de ambas em Paris.
Khelif, que seria atleta intersexo, foi autorizada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) a competir, mesmo tendo sido reprovada em teste de gênero anterior.
Após a luta protagonizada por Khelif e Carini, a Associação Internacional de Boxe (IBA, na sigla em inglês) publicou uma nota ratificando a sua posição contrária à participação da atleta argelina nas competições femininas, visando a proteção da integridade do esporte feminino e das atletas, em face da superioridade física das competidoras intersexo.
Khelif tem níveis de testosterona altos, que lhe valeram uma eliminação no Mundial de Boxe de 2023, realizado na Índia.
Outra atleta, Lin Yu-ting, de Taiwan, que também disputou os Jogos Olímpicos de Paris, insere-se no mesmo contexto. Ambas foram desclassificadas pela IBA após passarem por testes de DNA, que apontaram que elas “tinham cromossomos XY”, segundo descrição do presidente da IBA Igor Kremlev.
O que são pessoas intersexo?
De acordo com o Escritório do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), “pessoas intersexo” são aquelas que “nascem com características sexuais físicas (como anatomia sexual, órgãos reprodutivos, padrões hormonais e/ou padrões cromossômicos) que não se enquadram nas definições típicas para corpos masculinos ou femininos”.
O indivíduo intersexo apresenta, biologicamente, características de ambos os gêneros, não se enquadrando integralmente, do ponto de vista fisiológico, no sexo feminino ou masculino.
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