O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reivindicou na terça-feira, 13 de agosto, o controle de 74 localidades em território russo, onde suas forças lançaram uma ofensiva surpresa na semana passada que forçou a evacuação dos locais.

“Apesar dos combates difíceis e intensos, o avanço das nossas forças na região de Kursk continuaExistem 74 localidades sob o controle da Ucrânia”, disse Volodymyr Zelensky no Telegram.

Desde 6 de agosto, Kiev lidera uma grande ofensiva na região de Kursk, vizinha à de Voronezh, reivindicando a conquista de mais de 1.000 km2 de território russo.

Estado de emergência em Belgorod

O governador da região russa de Belgorod declarou estado de emergência na quarta-feira, 14 de agosto, citando uma situação “extremamente difícil” devido aos bombardeamentos das forças ucranianas nesta zona fronteiriça.

“A situação na nossa região de Belgorod continua extremamente difícil e tensa devido aos bombardeamentos das forças armadas ucranianas. Casas foram destruídas, civis morreram e ficaram feridos”, escreveu o governador Vyacheslav Gladkov no Telegram. “O estado de emergência será estabelecido a nível regional.”

Irritação de Putin

Vladimir Putin pareceu muito irritado com o ataque surpresa em Kiev, que levantou questões na Rússia sobre a defesa do país nas suas fronteiras e a resiliência militar de um adversário que se acredita estar enfraquecido.

Vladimir Putin apareceu na televisão na segunda-feira, 12, com o rosto tenso, ordenando ao seu exército “expulsar o inimigo” da Rússia e garantindo que podia ver por trás desta operação a mão do “Ocidente (que) está em guerra contra nós”.

O ataque surpresa lançado pela Ucrânia em 6 de Agosto na região fronteiriça de Kursk equivale a uma afronta às autoridades russas. Esta é a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial que uma incursão deste tipo é levada a cabo por um exército estrangeiro em solo russo.

Negociações de paz suspensas

A questão das conversações de paz foi suspensa para a Rússia até novo aviso, após o ataque ucraniano ao Oblast de Kursk.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores de Moscou, a Ucrânia é responsável por isso. Com o seu ataque a Kursk, colocou possíveis negociações de paz “em espera a longo prazo”, afirma o enviado especial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Rodion Miroschnik, segundo a agência de notícias estatal russa Tass.

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