Impactos das mudanças climáticas na vegetação ganha um estudo profundo Impactos das mudanças climáticas na vegetação ganha um estudo profundo
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Impactos das mudanças climáticas na vegetação ganha um estudo profundo

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Redação O Antagonista
5 minutos de leitura 11.08.2024 10:17 comentários
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Impactos das mudanças climáticas na vegetação ganha um estudo profundo

O impacto dos eventos de aquecimento rápido nos ecossistemas e o potencial para perturbações de longo prazo são discutidos, enfatizando a urgência de uma ação global para mitigação.

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Impactos das mudanças climáticas na vegetação ganha um estudo profundo
Foto: NASTER/Pixabay

Em um planeta cada vez mais afetado pelas mudanças climáticas, um estudo multinacional aponta para os riscos que alterações significativas nos padrões de temperatura e precipitação podem representar para a vegetação. Ao estudar os três eventos mais significativos do tipo, incluindo a extinção em massa dos períodos Permiano-Triássico, os cientistas constataram que algumas espécies podem demorar milhões de anos para se recuperar.

“Hoje, enfrentamos uma grande crise bioclimática global”, diz Loïc Pellissier, professor de Ecossistemas e Evolução da Paisagem no Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH) e principal autor do artigo, publicado na revista Science. “Nosso estudo demonstra o papel do funcionamento da vegetação para se recuperar de mudanças climáticas abruptas”, aponta.

Como a vegetação responde às mudanças climáticas?

Pellissier destaca que as situações estudadas pelos cientistas foram provocadas pela liberação de gases de efeito estufa por eventos vulcânicos. “Atualmente, a atividade humana tem levado à emissão desses gases em uma taxa mais rápida do que qualquer vulcanismo. Também somos a principal causa do desmatamento global, o que reduz fortemente a capacidade dos ecossistemas naturais de regular o clima. Este estudo, na minha perspectiva, serve como um chamado de atenção para a comunidade global.”

A história geológica da Terra é marcada por períodos de erupções vulcânicas catastróficas, que liberaram quantidades gigantescas de carbono na atmosfera e nos oceanos. O aumento do CO2 desencadeou um rápido aquecimento climático, que resultou em extinções em massa em ecossistemas terrestres e marinhos. O pior deles foi há 252 milhões de anos, nos períodos Permiano-Triássico, no que ficou conhecido como o Siberian Traps.

Como os cientistas investigam essas mudanças climáticas?

Os cientistas da ETH de Zurique, em colaboração com a Universidade do Arizona e outras instituições da Suíça, estudaram como a vegetação responde e evolui em resposta a grandes alterações climáticas. Eles investigaram o potencial dessas mudanças afetarem o sistema natural de regulação carbono-clima.

A equipe se baseou em análises geoquímicas de isótopos em sedimentos e comparou os dados com um modelo especialmente projetado para esse estudo. O programa incluía uma representação da vegetação e o papel desempenhado pelas espécies na regulação do sistema climático geológico.

O modelo demonstrou como o planeta responde à intensa liberação de carbono da atividade vulcânica em diferentes cenários. Um deles foi o Siberian Traps. “Esse evento liberou cerca de 40 mil gigatoneladas (Gt) de carbono ao longo de 200 mil anos. O aumento resultante nas temperaturas médias globais entre 5ºC e 10°C causou o evento de extinção mais severo da Terra no registro geológico”, disse Taras Gerya, coautora do estudo.

O que o estudo descobriu sobre a regulação climática?

Julian Rogger, da ETH Zurique, que liderou o estudo, explica que a recuperação da vegetação após o Siberian Traps levou vários milhões de anos. “Durante esse tempo, o sistema de regulação clima-carbono da Terra teria sido fraco e ineficiente, resultando em aquecimento climático de longo prazo”, diz ele.

Os pesquisadores descobriram que a gravidade desses eventos é determinada pela rapidez com que o carbono emitido pode ser devolvido ao interior da Terra — sequestrado pelos processos que desagregam e decompõem rochas e minerais ou pela produção do carbono orgânico, removendo o gás da atmosfera.

  • Adaptação da vegetação ao aumento de temperatura está diretamente associada ao tempo em que o clima leva até voltar ao equilíbrio.
  • Algumas espécies se adaptaram evoluindo, enquanto outras migraram geograficamente para regiões mais frias.
  • Alguns episódios geológicos foram tão catastróficos que alguns vegetais não tiveram tempo suficiente para reagir.

A pesquisa também descobriu que uma interrupção da vegetação aumentou a duração e a gravidade do aquecimento climático no passado geológico. “Em alguns casos, pode ter levado milhões de anos para atingir um novo equilíbrio climático estável devido à capacidade reduzida da vegetação de regular o ciclo de carbono da Terra”, diz Loïc Pellissier.

“Esse trabalho confirma que a Terra pode responder às mudanças climáticas de maneiras muito perigosas para a vida”, diz Ben Mills, professor de Evolução do Sistema Terrestre na Escola de Terra e Meio Ambiente da Universidade de Leeds, na Inglaterra. “Períodos antigos de mudanças climáticas duraram muito além da cessação das emissões de carbono, e é possível que o clima possa transitar permanentemente para um estado mais quente.”

Os eventos estudados ocorreram há milhões de anos e se desenrolaram ao longo de centenas de milhares de anos. Eles contam uma história de advertência para os dias atuais.

Como prevenir consequências futuras semelhantes?

Para evitar um cenário catastrófico semelhante, é imperativo que ações globais sejam tomadas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e limitar o desmatamento. A conscientização sobre os impactos das mudanças climáticas na vegetação é crucial para promover políticas ambientais sustentáveis.

A comunidade global deve reconhecer os perigos potenciais e agir proativamente para mitigar os efeitos adversos do aquecimento global. Somente assim poderemos garantir a recuperação e a manutenção dos ecossistemas naturais, que desempenham um papel vital na regulação do clima da Terra.

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