Debate da Band é marcado por troca de ofensas e até alusão ao uso de cocaína
No primeiro evento público da campanha eleitoral de 2024 pela Prefeitura de São Paulo, propostas ficaram em segundo plano
O debate da Band – primeiro da corrida pela Prefeitura de São Paulo em 2024 – foi marcado por uma intensa troca de farpas e ofensas entre os principais candidatos. Houve de tudo. De citação a um suposto caso de violência doméstica envolvendo o prefeito Ricardo Nunes (MDB) a até a insinuação, por parte de Pablo Marçal (PRTB), que Guilherme Boulos (PSOL) seria supostamente usuário de cocaína.
Assim, as propostas para o paulistano ficaram em segundo plano. Houve pouquíssimo tempo para confronto de ideias. O atual prefeito foi o alvo preferencial, principalmente do apresentador José Luiz Datena (PSDB). Os dois travaram embates ao longo de todo o debate. Nunes ameaçou processar o apresentador por difamação. A resposta, veio no mesmo tom: “Será um orgulho ser processado pelo senhor“, disse o tucano ao emedebista.
Um dos momentos mais tensos do debate ocorreu em um confronto entre Tabata Amaral (PSB) e Marçal. No primeiro bloco, a parlamentar dirigiu uma pergunta sobre a Operação Água Branca – um projeto de intervenção urbana semelhante a uma PPP – Parceria Público Privada -, mas o ex-coach se atrapalhou.
PCC
Em seguida, ela pediu esclarecimentos sobre investigações contra Marçal pelos crimes de estelionato e uma suposta ligação entre o presidente do PRTB e o PCC.
“Você que é parachoque de comunista não vai direcionar nenhuma pergunta para o Boulos. Você é um candidato fantoche”, disse Marçal chamando Tabata de “adolescente”. Ele ainda complementou. “Eu deixo a campanha se encontrarem alguma condenação contra mim”.
No final do primeiro bloco, Boulos desafiou publicamente o ex-coach a abandonar a campanha e publicou nas suas redes sociais a condenação no TRF-1 de 2010.
Até Tabata explorou vida pessoal de adversários
Até Tabata Amaral, conhecida por suas posições mais contidas, também teve um momento “João Kleber” para chamar de seu. Em determinado momento do debate, a parlamentar questionou o prefeito paulistano um registro de boletim de ocorrência feito pela sua esposa, Regina Carnovale Nunes, em 2011 por supostas ameaças feitas por Nunes. Na época, o emedebista foi acusado de violência doméstica, ameaça e injúria
Nesse instante, Regina, que estava na plateia, gritou: “Deixa minha família em paz! Mulher atacando mulher”. Ela foi contida por assessores.
Outro momento de baixíssimo nível do debate foi protagonizado por Marçal. Ao fazer um questionamento sobre as principais bandeiras da esquerda a Boulos, o ex-coach fez um gesto alusivo ao uso de cocaína, insinuando que o parlamentar era usuário da droga. Boulos rebateu chamando Marçal de “psicopata”.
“Isso não é brincadeira de internet, é um debate para eleger o prefeito da maior cidade do Brasil. Olhando para o Marçal, eu acho que estamos diante de um psicopata, ele mente e acredita na mentira. Acho que você deveria buscar tratamento.”
Em seu primeiro debate, Datena tentou em um primeiro momento ser o franco atirador do debate. No transcorrer do programa, o tucano foi ignorado pelos demais candidatos e teve poucos embates diretos, a maior parte deles contra Ricardo Nunes.
O apresentador classificou o prefeito como “incompetente” em várias oportunidades e citou a investigação sobre a máfia das creches na cidade. Nunes rebateu e declarou que o apresentador deveria estar “num rivotril danado”.
Leia mais: Marçal entra em pane com duas perguntas de Tabata
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