Olimpíadas: suspeita de insuficiência de oxigênio em cavalos do hipismo
Fotos dos cavalos com a língua azulada despertaram a atenção dos fiscais do hipismo nas Olimpíadas de Paris
A Federação Equestre Internacional (FEI) identificou uma questão preocupante durante as competições de adestramento olímpico em Versalhes: fotos mostrando cavalos com línguas azuis, um sinal de falta de oxigênio. Segundo o veterinário chefe da organização, Goran Akerstrom, essas imagens foram reveladas à Reuters nesta terça-feira, 6, e levantaram sérias preocupações sobre o bem-estar animal no esporte.
Questões relacionadas ao bem-estar animal nas Olimpíadas de Paris têm sido um ponto de atenção, especialmente após um incidente envolvendo a renomada cavaleira britânica Charlotte Dujardin.
A seis vezes medalhista olímpica foi suspensa provisoriamente em 27 de julho, após a divulgação de imagens em que ela aparecia chicoteando as pernas de um cavalo repetidamente durante um treino. Esse incidente reacendeu debates éticos sobre o tratamento dos animais nas competições e levantou dúvidas sobre o futuro olímpico do adestramento.
Investigações revelam problemas de oxigenação em cavalos
A FEI revisou diversas fotos dos eventos de adestramento olímpico, capturadas por um de seus fotógrafos. Algumas dessas imagens, tiradas durante o Grand Prix de adestramento na última terça-feira, mostraram danos significativos aos animais, especialmente a preocupação com as línguas azuis dos cavalos.
Akerstrom explicou que essas condições provavelmente foram causadas pela alta tensão das rédeas e pelo uso de bridões duplos, que são obrigatórios em competições de adestramento de alto nível. Esses fatores podem cortar o suprimento de oxigênio para a língua dos cavalos, causando dor e desconforto desnecessários.
Grupos de defesa dos direitos dos animais, como a PETA, criticaram duramente o uso de bridões duplos em competições de adestramento, argumentando que eles causam sofrimento aos cavalos. Apesar das preocupações levantadas pelas fotos, a FEI não tomou medidas disciplinares contra os cavaleiros envolvidos. Os resultados das competições de adestramento não foram afetados pelos achados.
Medidas tomadas pela FEI
Os veterinários da federação notificaram o júri da competição sobre as fotos, que convocou os cavaleiros para uma “discussão” sobre o assunto. A FEI, abalada pelo incidente com Dujardin, comprometeu-se a garantir o bem-estar animal nas competições em Versalhes com rigor. A revisão das fotos incluiu, pela primeira vez, uma camada adicional de verificações especiais relacionadas ao bem-estar dos cavalos.
A FEI já havia tomado medidas em casos anteriores relacionados ao bem-estar animal. Um cavaleiro brasileiro foi sancionado por hiperflexão controversa do pescoço do cavalo, e alguns cavalos foram desclassificados por pequenos sangramentos durante as Olimpíadas. Essas ações refletem o compromisso da federação em manter altos padrões de tratamento dos animais.
As recentes descobertas em Versalhes e as ações subsequentes da FEI sublinham a necessidade contínua de vigilância e rigor no monitoramento do bem-estar dos cavalos em competições de adestramento. A promessa de ser intransigente em garantir a segurança e o conforto dos animais será fundamental para o futuro do esporte e sua aceitação pública.
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