Megaoperação mira PCC e milícia na Cracolândia
Operação do Ministério Público desmantela esquema de extorsão a comerciantes, enquanto PCC domina tráfico e receptação de celulares roubados
Uma investigação do Ministério Público Estadual (MPE) culminou em uma grande operação visando desmantelar uma milícia formada por guardas-civis e policiais militares no centro de São Paulo na manhã desta terça-feira, 6 de agosto.
Esse grupo extorquia comerciantes da região oferecendo proteção contra a violência e o tráfico de drogas, enquanto o Primeiro Comando da Capital (PCC) controlava o tráfico e a receptação de celulares roubados na região da Cracolândia.
Denominada Operação Salus et Dignitas, a ação mobilizou 1.300 agentes, incluindo 1.000 policiais militares, 105 policiais civis, e 150 policiais rodoviários federais.
No total, 117 mandados de busca e apreensão foram expedidos, além de ordens para a prisão de sete indivíduos envolvidos com a milícia e o PCC. A Justiça também decretou o sequestro de 20 hotéis, quatro estacionamentos e 15 ferros-velhos, entre outros estabelecimentos.
“Ecossistema Criminoso” na Cracolândia
A investigação do Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado) identificou um “ecossistema de atividades ilícitas” que envolve desde a cobrança de segurança a comerciantes até a distribuição de drogas e a venda de armas. Entre as descobertas, estão redes de prostituição e trabalho infantil, com usuários de drogas sendo pagos com crack e cachaça.
O Primeiro Comando da Capital exerce controle significativo sobre a região, praticando diversos tipos de crimes, incluindo tráfico de drogas, receptação de produtos roubados e venda de armas. A região central de São Paulo tem índices de criminalidade muito superiores à média da cidade, com destaque para roubos, furtos e tráfico de drogas.
Investigação dos integrantes da milícia
Os principais alvos da investigação incluem guardas-civis e policiais militares que formaram empresas de segurança para extorquir comerciantes.
Entre os suspeitos estão Elisson de Assis, que operava uma empresa de segurança com depósitos suspeitos, e Antônio Carlos Amorim de Oliveira, que movimentou recursos muito acima de sua capacidade financeira.
Os promotores destacaram as conexões financeiras e comunicacionais entre os membros da milícia e outras atividades criminosas na região, incluindo a venda de dispositivos para clonagem de alarmes de carros e remarcação de veículos.
A relação estreita entre os integrantes da milícia e a criminalidade organizada na Favela do Moinho foi evidenciada por trocas de mensagens e transações financeiras.
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