Concessionárias de ônibus de SP investigadas por elo com PCC
Auditoria de R$ 1.5 milhões em empresas de ônibus de SP sob intervenção municipal. Investigações ligam concessionárias a facção criminosa.
A Secretaria Executiva de Transporte e Mobilidade Urbana (Setram) publicou, nesta sexta-feira (2), no Diário Oficial, a contratação da Fundação Carlos Alberto Vanzolini para realizar uma auditoria nas concessionárias de ônibus Transwolff e UPBus. O valor do contrato é de R$ 1.540.000.
Segundo nota ao g1, o objetivo da auditoria é “prestar serviços de avaliação independente dos processos de operação e gestão nas concessionárias Transwolff e UPBus, com o intuito de dar suporte ao trabalho das equipes dos comitês de intervenção nas duas empresas.” As concessionárias seguem sob intervenção da gestão municipal, conforme determinação da Justiça e da Prefeitura de São Paulo.
Operação Fim da Linha: Prisões e Apreensões
Em 9 de abril de 2023, uma operação conjunta do Ministério Público, Polícia Militar, Receita Federal e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) resultou na prisão de dirigentes da Transwolff e da UPBus, empresas que operam na capital paulista. A suspeita é de envolvimento com a facção criminosa PCC.
Por Que as Concessionárias Foram Intervencionadas?
Desde 2015, a Transwolff e a UPBus receberam mais de R$ 5,3 bilhões da Prefeitura de São Paulo para operar linhas de ônibus nas zonas Sul e Leste da cidade. As investigações do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) indicam que as empresas foram usadas para lavar dinheiro proveniente de tráfico de drogas e outros crimes.
Qual a História das Infiltrações do Crime no Transporte Público?
As suspeitas de crime organizado no transporte público de São Paulo não são novas. Desde os anos 1990, quando perueiros clandestinos operavam trajetos entre bairros e terminais de ônibus, já havia indícios de envolvimento criminoso. Em 2003, a prefeitura transferiu a operação das linhas para a iniciativa privada, e a maior cooperativa envolvida foi a Cooperpam, na Zona Sul.
Impactos das Investigações e Futuro do Transporte Público
Durante quase cinco anos, promotores reuniram provas de que dirigentes da Cooperpam criaram a empresa Transwolff, pressionando cooperados a transferir o controle da cooperativa. A Transwolff assinou um contrato emergencial em 2013, renovado diversas vezes devido a impasses no processo de concessão, até que, só em 2019, a Prefeitura conseguiu assinar contratos de 15 anos com 32 empresas.
- Histórico de crimes: Dirigentes da UPBus, como Anselmo Bicheli Santa Fausta (conhecido como “Cara Preta”), participavam da alta cúpula do PCC. Anselmo foi assassinado em 2021.
- Investigação: Outros chefes do PCC, como Alexandre Salles Brito (“Buiú”) e Claudio Marcos de Almeida (“Jango”), estão entre os sócios da UPBus, com histórico de crimes graves.
- Situação atual: Parentes dos investigados, com profissões incompatíveis com o capital na UPBus, também entraram para a sociedade.
Com a Prefeitura assumindo o controle das empresas investigadas, a auditoria conduzida pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini visa garantir a continuidade e qualidade do serviço de transporte público para a população paulistana.
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