Líder islâmico mais importante de Jerusalém homenageia Haniyeh; Israel reage Líder islâmico mais importante de Jerusalém homenageia Haniyeh; Israel reage
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Líder islâmico mais importante de Jerusalém homenageia Haniyeh; Israel reage

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Alexandre Borges
4 minutos de leitura 02.08.2024 12:50 comentários
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Líder islâmico mais importante de Jerusalém homenageia Haniyeh; Israel reage

Sheikh Ekrima Sabri, figura influente em Jerusalém, elogia Ismail Haniyeh; polícia investiga incitação

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Líder islâmico mais importante de Jerusalém homenageia Haniyeh; Israel reage
Foto: Anna Sulencka/Pixabay

Ekrima Sabri, líder islâmico mais importante de Jerusalém, provocou uma nova controvérsia em Israel ao homenagear Ismail Haniyeh, chefe do Hamas, durante seu sermão desta sexta-feira, 2, na mesquita Al-Aqsa, um dos locais mais sagrados do Islã.

Sabri declarou que “os residentes de Jerusalém rezam a Allah para que ele tenha misericórdia do mártir. Pedimos para ele misericórdia e paraíso.”

A polícia israelense está investigando se as palavras de Sabri configuram incitação à violência. O ministro do Interior, Moshe Arbel, anunciou sua intenção de revogar a residência israelense de Sabri, que vive em uma casa ilegal no Monte das Oliveiras, em Jerusalém.

Em uma carta ao procurador-geral, Arbel explicou: “Ekrima Sabri atualmente serve como chefe do Conselho Islâmico Supremo em Jerusalém e pregador na mesquita Al-Aqsa. Sabri foi mufti de Jerusalém até 2006. Ele possui permissão para permanecer permanentemente no Estado de Israel, mas, há anos, isso não o impediu de incitar contra o Estado de Israel, encorajar o antissemitismo e o terrorismo, além de cometer graves crimes de segurança.”

A mesquita Al-Aqsa, localizada no complexo do Monte do Templo, é o terceiro lugar mais sagrado do Islã, atrás apenas de Meca e Medina. Sabri, com sua posiçã, tem grande influência sobre os muçulmanos palestinos.

Entre outras atividades, Sabri já publicou materiais antissemitas, serviu como oficial em uma organização que transferia doações ao Hamas, apoiou ataques suicidas contra israelenses e elogiou terroristas que mataram israelenses.

Devido a suas ações, o estado israelense já emitiu várias ordens de proibição de saída contra Sabri e ele foi impedido de entrar em outros países. Além disso, neste ano, o estado apresentou uma acusação contra Sabri por incitação ao terrorismo.

Quem foi Ismail Haniyeh

Nascido em 1962 no campo de refugiados de Shati, na Faixa de Gaza, Haniyeh (pronuncia-se “Raniê”) enfrentou uma infância de pobreza. Trabalhou como pedreiro em Israel e foi ativo no Conselho Estudantil da Universidade Islâmica de Gaza nos anos 1980.

Leia também: Como a imprensa pode chamar Haniyeh de “moderado”?

Entre 1989 e 1992, Haniyeh ficou encarcerado na prisão de Ketziot. Em 1997, tornou-se chefe de gabinete de Sheikh Ahmed Yassin, fundador do Hamas. Sua ascensão ao poder ocorreu após o assassinato de Yassin durante a Segunda Intifada.

Eleição

Em 2005, Haniyeh liderou a lista do Hamas nas eleições de 2006, superando o rival Fatah e assumindo o governo da Autoridade Palestina. Em 2007, após a criação do governo de unidade palestino, Mahmoud Abbas anunciou sua destituição, mas ele continuou a liderar Gaza durante a Operação Chumbo Fundido em 2008.

Haniyeh foi designado terrorista e ameaça global pelo Departamento de Estado dos EUA, por conta de seu envolvimento em ataques contra cidadãos israelenses e sua ligação com a ala militar do Hamas. Sob sua liderança, os terroristas do Hamas intensificaram os ataques contra Israel, incluindo o massacre de 7 de outubro do ano passado.

Ele tinha fortes laços com o Irã, que apoia financeiramente e militarmente o Hamas. Mesmo após a perda de membros de sua família em ataques israelenses, Haniyeh continuou a defender a resistência violenta.

Luxo no Catar

Ismail Haniyeh, um dos principais líderes do Hamas, e vivia uma vida de luxo no Catar, enquanto a população palestina em Gaza enfrenta condições extremas de pobreza.

Estima-se que ele possuía uma fortuna de aproximadamente 4 bilhões de dólares, acumulada através de doações internacionais, extorsão e investimentos imobiliários. Haniyeh vivia no Catar, desfrutando de um estilo de vida opulento e sendo visto em hotéis de luxo em Doha, como o Four Seasons.

Enquanto isso, mais de 65% da população de Gaza vivem na pobreza, sofrendo de insegurança alimentar e infraestrutura precária, afetando 90% dos residentes. A taxa de desemprego chega a 47%, e muitos dependem de ajuda humanitária para sobreviver.

Desvios

O Hamas desvia recursos destinados à população para financiar suas operações militares e enriquecer seus líderes. Isso inclui a imposição de taxas sobre bens contrabandeados e o uso de fundos internacionais para fins pessoais.

A última declaração de Haniyeh, feita em 8 de junho de 2024, reafirmou a posição do Hamas de continuar a guerra. Ele disse: “O nosso povo não se renderá e a resistência continuará a defender os nossos direitos frente a esse inimigo criminoso. E se a ocupação acredita que pode nos impor as suas escolhas pela força, está delirando.”

Leia mais: Mundo reage ao assassinato de Ismail Haniyeh

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