O golpista Maduro se faz de vítima de golpe
Ditador venezuelano tenta inverter a situação e acusa o "Golias Elon Musk", entre outros, pelo "primeiro golpe de Estado cibernético na história da humanidade"
Encurralado pela evidência de que fraudou as eleições de domingo, 28, o ditador Nicolás Maduro (foto) tenta inverter a situação e acusa o “Golias Elon Musk” pelo “primeiro golpe de Estado cibernético na história da humanidade”.
“Essa é a nossa chave. Povo, como diz a música, povo na rua. Povo na rua, povo mobilizado, povo consciente, povo disposto. Vocês sabem que estamos enfrentando um golpe de Estado, o primeiro golpe de Estado cibernético na história da humanidade, liderado pelo Golias. O Golias Elon Musk, o Golias Zuckerberg, o Golias Bezos, o Golias Império Norte-Americano, o Golias Extrema-Direita Internacional Fascista. Mas contra Golias, aqui está Davi, com a força de Deus. Aqui está Davi, com a força do povo. Vamos derrotar o Golias”, disse o ditador venezuelano em pronunciamento.
Maduro, que vem apelando para a Bíblia em seus discursos, reclamou das redes sociais e falou de uma força nas ruas que seu regime, alvo de protestos desde domingo, não tem conseguido demonstrar:
“Mas a rua tem mais força que as redes sociais, embora as redes envenenem. As redes sociais envenenam. É preciso aprender que, quando você é picado por uma cobra, você procura o quê? Um antiofídico, não é? Não é? Um antiofídico. Precisamos ter o antiofídico contra o veneno do ódio e do fascismo que está nas redes, favorecido pelos donos dessas redes. Para envenenar com ódio a Venezuela, dividir a Venezuela e nos levar a um conflito de grande proporção. Mas eu digo aqui, não conte a ninguém. Primeiro de agosto, estou lhes dizendo, anote. Eles não conseguiram, nem conseguirão nos derrotar. Jamais. Jamais. Jamais. Não quero show, nem historinha.”
Ladainha sobre a CIA
“A direita fascista não fez campanha, o que fez foi aproveitar a Constituição e a liberdade da Venezuela para montar sua força de choque, sua força de ataque, sua força violenta. Armar os chamados ‘comanditos’, que na verdade deveriam ser chamados de ‘comarditos’, e todo o grupo de delinquentes da nova geração que eles articularam. A gente tava calculando que pelo menos 1,5 bilhão de dólares meteram nisso. Elon Musk, Zuckerberg… o governo gringo, o narcotráfico colombiano”, discursou o ditador.
A oposição já conseguiu comprovar a fraude do regime de Maduro por meio de atas reunidas no dia da votação. É por isso, aliás, que as autoridades chavistas não disponibilizaram até agora as atas oficiais para a checagem do resultado proclamado às pressas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) — se o fizerem, a farsa será revelada.
“Eles tiveram o apoio da CIA. Já está confirmado”, disse Maduro, ampliando sua teoria conspiratória. “E articularam novas gangues com grana. E a isso acrescentaram… a entrada na Venezuela de um monte de migrantes que foram treinados para a guarimba [protesto com barricadas] no Texas. Já vão ser divulgados os vídeos, onde eles foram treinados, no Texas, na Colômbia, pelas gangues paramilitares narcotraficantes de [Álvaro] Uribe e de [Iván] Duque. No Peru, pelo governo fascista e ilegítimo do Peru. E no Chile. Há vários vídeos do Chile, onde eles treinaram.”
A ladainha segue: “E no último mês, um número significativo retornou. Posso lhe dar um número, confirmado, dos 1200 detidos que temos. Totalmente identificados, porque eles os treinaram e mandaram espalhar terror. Vocês têm que transmitir ao vivo tudo o que fizerem. E eles se transmitiram ao vivo. E o videozinho, compadre, vale ouro. E depois, pum, pum, venha cá. A justiça. A lei. A ordem. Pum, pum, quem é? A lei. E começam a chorar. E então [dizem em] todos os vídeos… ‘Eu me arrependo.’”
Perseguição à oposição
Enquanto Maduro tenta distrair a população venezuelana com suas historinhas, o regime chavista segue perseguindo os opositores que conseguiram vencê-lo nas urnas apesar de todas as limitações impostas.
A equipe de campanha da oposição denunciou nesta sexta-feira, 2, a invasão à sede nacional do Comando ConVzla, grupo de campanha de María Corina Machado, e ao escritório da principal opositora de Maduro durante a madrugada.
Leia mais: Maduro ameaça prender mais mil venezuelanos
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