Rússia liberta repórter em troca de prisioneiros
Evan Gershkovich e o ex-fuzileiro naval Paul Whelan são libertados em troca
O repórter do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, e o ex-fuzileiro naval dos EUA, Paul Whelan, estão sendo libertados pela Rússia como parte de uma troca de prisioneiros, relatou a Bloomberg nesta quinta-feira, 1. Gershkovich, que foi condenado por espionagem e estava detido desde março de 2023, está entre os americanos libertados.
A troca de prisioneiros, que envolve vários países, surge após rumores de uma negociação entre Rússia, EUA, Alemanha e Bielorrússia. Até o momento, não houve confirmação oficial dos governos envolvidos. Segundo a Bloomberg, ambos os homens já estão a caminho de locais fora da Rússia.
Esta troca pode incluir outras figuras notáveis da oposição russa, como Vladimir Kara-Murza, Ilya Yashin ou Oleg Orlov, que recentemente foram transferidos para locais desconhecidos.
Evan Gershkovich foi condenado em julho a 16 anos de prisão em uma colônia penal de alta segurança por espionagem. O tribunal russo declarou que as evidências apresentadas foram suficientes para um veredito de culpado, apesar de Gershkovich negar todas as acusações. O julgamento ocorreu a portas fechadas, sem que as evidências fossem divulgadas publicamente.
O sistema judicial russo tem sido frequentemente criticado por servir como uma ferramenta de repressão doméstica sob o governo de Vladimir Putin, com condenações e longas sentenças em casos com motivações políticas. Os promotores alegaram que Gershkovich usou métodos conspiratórios para obter informações secretas sobre uma fábrica de armas russa, acusação que ele, seu empregador e o governo americano negaram veementemente.
Paul Whelan, outro americano detido, é um veterano da Marinha dos EUA preso em 2018 sob acusações de espionagem, que também nega. A detenção de Gershkovich e outros americanos na Rússia levantou temores de que o Kremlin estivesse usando cidadãos americanos como moeda de troca para prisioneiros russos detidos no Ocidente.
A condenação de Gershkovich foi amplamente condenada. A Dow Jones, empresa controladora do The Wall Street Journal, descreveu a sentença como “vergonhosa” e uma “farsa”. O presidente dos EUA, Joe Biden, também criticou a condenação, afirmando que Gershkovich foi injustamente preso e que o governo americano estava pressionando pela sua libertação.
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