Como a Petrobras tenta destravar exploração na foz do Amazonas
Para liberar perfuração no Amapá, a estatal está disposta a alterar seu plano de atendimento à fauna diante de eventuais emergências
Em mais uma tentativa de destravar a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, a Petrobras indicou estar disposta a alterar seu plano de atendimento à fauna diante de eventuais emergências.
O projeto foi apresentado em reunião realizada em julho entre integrantes da estatal e membros do governo, registrou a Folha de S.Paulo.
Segundo o jornal, a Petrobras indicou que, se optasse por uma estrutura em Oiapoque, cuja distância para a foz cairia para cerca de 170 quilômetros, poderia apresentar uma nova proposta para garantir maior segurança em uma eventual exploração de petróleo.
Impasse sobre a exploração da foz do Amazonas
Em maio de 2023, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) negou à Petrobras autorização para realizar perfurações no litoral do Amapá, comparando o projeto ao caso da usina hidrelétrica de Belo Monte. A Petrobras recorreu, mas ainda aguarda resposta.
“Não restam dúvidas de que foram oferecidas todas as oportunidades à Petrobras para sanar pontos críticos de seu projeto, mas que este ainda apresenta inconsistências preocupantes para a operação segura em nova fronteira exploratória de alta vulnerabilidade socioambiental”, aponta relatório do órgão.
A matéria é motivo de embate entre os ministros Marina Silva (Rede), do Meio Ambiente, e o ministro Alexandre Silveira (PSD), de Minas e Energia, responsável pela Petrobras.
Em novembro, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou a jornalistas que a decisão do instituto sobre a foz do Amazonas ficaria para 2024.
Desde o início do ano, no entanto, o Ibama sobre com paralisações de servidores, provocando o atraso na análise de pedidos de licenciamento.
Exploração do poço de Pitu Oeste
Enquanto não consegue autorização para perfurar a foz do Amazonas no litoral do Amapá, a Petrobras retomou a exploração do poço de Pitu Oeste, localizado na Bacia Potiguar, ainda em dezembro de 2023.
Essa não é a primeira vez que a concessão foi explorada pela estatal. Em 2015, já houve uma perfuração no local.
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