Aos poucos, diplomacia sabuja de Lula chama atenção dos brasileiros
Eleitores nunca deram muito peso à política externa. São tantos os erros do PT que isso pode estar mudando
Se continuar desse jeito, Lula pode realizar um feito inédito: transformar a política externa em um assunto eleitoral relevante. Mas não do jeito que ele gostaria.
Um dos motes da presidência de Lula tem sido dizer que “o Brasil voltou ao mundo”.
Ele repetiu a frase no pronunciamento em rede nacional que fez no último domingo, 28, acrescentando: “Esse é o resultado de uma diplomacia ativa e altiva: o mundo voltou a acreditar no Brasil, na capacidade do nosso povo e em nosso compromisso com a democracia.”
Na companhia dos piores
Lula quer que os eleitores pensem nele como um estadista, alguém que fortalece a posição global do país.
Em vez disso, seu governo tem posto o Brasil, consistentemente, na companhia do que existe de pior no mundo.
A semana demonstra esse fato de maneira exemplar.
Ausência de interesse nacional
Em poucas horas, Lula conseguiu fazer de conta que “não há nada de grave” acontecendo na Venezuela.
Seu governo tratou o grupo terrorista Hezbollah como um inocente “partido político”, silenciando sobre o atentado que horas antes havia causado a morte de doze crianças e adolescentes.
E o vice Geraldo Alckmin foi fotografado ao lado de gente sanguinária, enquanto prestigiava a posse de um novo presidente no Irã, teocracia que oprime mulheres, enforca dissidentes em praça pública e financia terroristas por todo o Oriente Médio.
Precisava mesmo mandar um representante do primeiro escalão do governo à cerimônia dos aiatolás? Quais interesses nacionais são promovidos por essa política externa?
Não é possível responder e essas perguntas de forma direta e convincente.
Um país que adula ditadores
Enquanto isso, a imagem de um Brasil que ajuda e adula ditadores, sem nenhum “compromisso com a democracia”, vai se cristalizando.
Pequisas captam o desconforto dos eleitores.
Crusoé publicou nesta quarta-feira, 31, os resultados de um levantamento do instituto RealTime BigData, mostrando que 73% dos brasileiros discordam das declarações de Lula sobre as eleições na Venezuela.
Em novembro do ano passado, 60% dos entrevistados, numa sondagem do instituto AtlasIntel, disseram que as afinidades ideológicas de Lula impactam a política externa e 50,5% afirmaram que isso é ruim. O que se discutia naquele momento era o apoio do Brasil ao Hamas, que acabava de realizar o seu bárbaro ataque a Israel.
Diplomacia sabuja e ideológica
Ao contrário dos Estados Unidos, por exemplo, o Brasil não manda combatentes com frequência para países distantes, nem é garantidor da segurança de aliados em diversos continentes.
A presença do Brasil no mundo, digamos assim, não pesa no orçamento do país ou na vida de nossas famílias.
Sendo assim, o cidadão comum não costumava prestar muita atenção em questões diplomáticas. Não tinha razões para tanto.
São tantos os erros do PT que isso pode estar mudando. Nas próximas eleições, a diplomacia sabuja e ideológica, muito mais que “ativa e altiva”, pode cobrar um preço do partido de seu grande líder.
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