Ditadura de Maduro rompe relações diplomáticas com Peru
Decisão foi anunciada após o Peru decidir reconhecer o candidato da oposição Edmundo González como o novo presidente venezuelano
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, afirmou nesta terça-feira, 31, que a ditadura de Nicolás Maduro decidiu romper relações diplomáticas com mais o Peru como o novo presidente venezuelano em resposta à farsa eleitoral montada pelo regime chavista.
“O Governo da República Bolivariana da Venezuela decidiu romper relações diplomáticas com a República do Peru, com base no artigo 45 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961.
Somos obrigados a tomar esta decisão depois das declarações temerárias do chanceler peruano que ignoram a vontade do povo venezuelano e a nossa Constituição”, escreveu Yvan Gil no X, antigo Twitter.
Além do Peru, a Venezuela também expulsou os diplomatas de Argentina, Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai.
Peru espera o triunfo da democracia na Venezuela
Após o anúncio do rompimento de relações diplomáticas por parte da Venezuela, a presidência peruana rebateu, dizendo esperar o “breve triunfo da democracia e da liberdade na Venezuela”.
“Dada a impossibilidade de demonstrar de forma confiável a vitória eleitoral que lhe é atribuída, exibindo todas as atas com verificação internacional, conforme solicitado por países e múltiplas organizações internacionais, o regime do Sr. Maduro anuncia o rompimento das relações diplomáticas com o Peru.
Esta decisão apenas formaliza a decisão arbitrária anterior de solicitar a saída de funcionários diplomáticos e consulares peruanos e de vários outros países da região.
O Peru lamenta profundamente o sofrimento do irmão povo venezuelano e espera o breve triunfo da democracia e da liberdade na Venezuela.”
Peru não reconhece “vitória” de Maduro
Como mostramos, o governo do Peru disse que irá reconhecer o candidato opositor Edmundo González como o presidente do país. A decisão foi anunciada pelo chanceler do país, Javier González-Olaechea, nesta terça-feira, 30.
González-Olaechea definiu a situação em Caracas como “muito lamentável” e que “com 70% das urnas apuradas em um meio virtual que pude verificar que o senhor Edmundo González resulta com toda a claridade como o presidente eleito da Venezuela”, disse o chanceler em entrevista ao Canal N.
O chanceler da presidente Dina Boluarte ainda disse que a vantagem seria superior a 30 pontos e que os argumentos de “vitória” reclamada pelo ditador Nicolás Maduro —que reprimiu opositores antes e depois das eleições — é baseada em argumentos falaciosos. “Obviamente, com a declaração de ontem, das 11h, de se reconhecer como vencedor sem ter as atas eleitorais, Maduro age como se pretendesse consolidar um golpe de Estado”, continuou o chanceler.
O ato pode desencadear uma situação igual a vista em janeiro de 2019, quando parte da comunidade internacional reconheceu Juan Guaidó como o presidente de facto da Venezuela. Ele foi reconhecido por mais de 50 países, incluindo o Brasil e os Estados Unidos, como presidente do país entre 2019 e 2022 — até que a oposição dissolveu seu gabinete-sombra. Nesse período, Nicolás Maduro não deixou o Palácio de Miraflores.
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