A esquerda democrática que rejeita a ditadura de Maduro
Fora do PT, que, conforme o esperado, endossou a ditadura venezuelana, alguns políticos de esquerda manifestaram firmes críticas à fraude perpetrada pelo regime de Nicolás Maduro
O blog Conectado, do Estadão, analisou 83 mil posts no X publicados no Brasil na segunda-feira, 29 de julho, e observou que 69,7% rejeitaram amplamente Maduro. As manifestações favoráveis ao ditador limitaram-se a 5,3% e alegavam basicamente que Maduro representava uma resistência ao “imperialismo norte-americano”.
Segundo o blog, “o histórico de amizade entre Lula e Maduro tem sido alvo da oposição ao petista, que reforça narrativas de que a esquerda é antidemocrática. A omissão do presidente brasileiro, diante de algo tão grave, só alimenta esse tipo de afirmações”.
De fato, nem toda esquerda é antidemocrática e o apoio a Maduro é um ótimo critério para fazer essa separação. Mas a separação já foi feita e o PT, partido do presidente Lula, não passou no crivo e, como esperado, já endossou a farsa eleitoral de Maduro.
Fora do PT, porém, houve, na esquerda, algumas manifestações firmes contra a fraude eleitoral de Nicolás Maduro. O discurso contrário à ditadura de Nicolás Maduro, que já é ponto pacífico em toda a direita, seja bolsonarista ou não bolsonarista), passou a circular também na esquerda moderada.
A esquerda democrática se manifesta
A deputada federal e pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral (PSB, à esquerda na foto) escreveu:
“O que está acontecendo na Venezuela tem nome: fraude eleitoral. Intimidação a opositores, manobras para dificultar o voto, observadores internacionais impedidos de atuar e o governo declarando vitória sem divulgar os boletins. Há todos os motivos para crer que o resultado não corresponde ao que o povo venezuelano manifestou nas urnas. Como deputada federal, tenho o dever de acompanhar a situação do país vizinho atentamente. Desejo que a Venezuela inicie o quanto antes a transição da atual ditadura militar a uma democracia plena”.
O apresentador Luciano Huck, por vezes especulado como possível candidato à presidência da República escreveu:
“Não dá pra passar pano: a Venezuela vive uma ditadura. E tudo indica que estamos vendo uma fraude eleitoral. Como cidadão, como latino-americano, e como democrata, espero que a Venezuela possa vencer essa fase e voltar à democracia. Já passou da hora.”
“Convicções democráticas“
O ex deputado e ex-candidato a presidente Eduardo Jorge (PV) afirmou que “as eleições na Venezuela vão separar quem tem convicções democráticas de quem não tem na esquerda”.
Roberto Freire, ex presidente do Cidadania, compartilhou inúmeras postagens em seu perfil no X deixando claro seu repúdio à ditadura de Nicolás Maduro. Em uma das postagens, Freire comentou o pendor majoritariamente antidemocrático do PT e criticou aqueles que elogiaram a nota no PT sobre as eleições na Venezuela:
“Quem tem convicções democráticas no PT é uma esquerda que merece consideração e respeito. E eles existem e resistem. A esquerda antidemocrática, que é ampla maioria no seio do partido, com essa nota de regozijo e apoio a fraude/farsa eleitoral da “reeleição do ditador Maduro” , rasga definitivamente a fantasia”.
Leia mais: Venezuela agradece ao PT por endossar farsa de Maduro
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