Psol questiona candidatura do União Brasil no RJ
Partido quer impugnar candidatura de Rodrigo Amorim à prefeitura por violência política contra a vereadora Benny Briolly
O presidente do diretório municipal do Psol no Rio de Janeiro, Juan Leal, anunciou nesta terça-feira, 30, que o partido buscará a impugnação da candidatura do deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil-RJ, foto à direita) à prefeitura do Rio de Janeiro. A ação será movida assim que Amorim registrar sua candidatura na Justiça Eleitoral.
O motivo é a condenação de Amorim pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) por violência política contra a vereadora de Niterói Benny Briolly (Psol), informou a CBN.
Juan Leal, em nota, ressaltou a importância da condenação de Amorim, classificando-a como um “marco histórico” do qual o Psol não abrirá mão. “O partido entrará com um pedido de impugnação da candidatura daquele que quebrou a placa de Marielle assim que ela for registrada. Um condenado não pode ser candidato. A política do ódio e da violência não pode ter espaço na democracia“, afirmou.
Resposta de Rodrigo Amorim
Em resposta ao Globo, Rodrigo Amorim destacou que a condenação ocorreu em primeira instância, sendo ainda passível de recurso. Ele afirmou que suas certidões de regularidade serão apresentadas no devido tempo. “O deputado lamenta que o Psol tenha medo do confronto que inevitavelmente acontecerá nos debates“, disse.
Em maio deste ano, Rodrigo Amorim foi condenado a um ano e quatro meses de reclusão, pena convertida em serviços comunitários e multa de 70 salários mínimos. A condenação decorreu de um discurso proferido por Amorim em 2022 na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no qual ele se referiu a Benny Briolly como “belzebu” e “aberração da natureza“. Benny foi a primeira mulher transexual eleita no estado do Rio de Janeiro.
A nota do Psol também relembra outros conflitos entre Amorim e o partido. Em 2018, Amorim e o ex-deputado Daniel Silveira quebraram a placa da rua em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada naquele ano. Além disso, Amorim teve diversos impasses com deputadas do Psol na Alerj, como Dani Monteiro e Renata Souza.
Outros episódios de conflitos
Em 2022, Rodrigo Amorim questionou se Renata Souza teria “lucrado” com as memórias de Marielle Franco, o que gerou uma representação contra ele. Dois meses depois, ele ironizou o projeto Julho das Pretas, de autoria de Souza, chamando-o de “mimimi” e “ladainha“. Souza alegou ter sido alvo de violência política de gênero devido às declarações de Amorim.
O Psol pretende utilizar esses episódios e a condenação judicial recente como base para impugnar a candidatura de Rodrigo Amorim, afirmando que sua postura é incompatível com os valores democráticos e de respeito aos direitos humanos que devem nortear a política. A impugnação será oficializada assim que o deputado registrar sua candidatura, dando início a mais um capítulo de tensões e disputas entre PSOL e União Brasil no cenário político do Rio de Janeiro.
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