Hacker de Zambelli é condenado por calúnia contra Bolsonaro
Walter Delgatti recebeu uma sentença de 10 meses e 20 dias em regime semiaberto; defesa ainda pode recorrer
O hacker Walter Delgatti Neto (foto) foi sentenciado a 10 meses e 20 dias de detenção por calúnia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão, que deve ser cumprida em regime semiaberto, ainda permite recurso da defesa.
Segundo reportagem do O Globo, a sentença foi proferida pelo juiz Osmar Dantas Lima, da 3ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), na última segunda-feira. O magistrado considerou procedente a queixa-crime apresentada por Bolsonaro no ano anterior.
Acusação contra o hacker
A acusação surgiu após o depoimento de Delgatti na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de janeiro, em agosto do ano passado. No depoimento, Delgatti alegou que Bolsonaro teria solicitado que ele assumisse a autoria de um grampo contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, uma alegação que a defesa de Bolsonaro nega veementemente.
Durante o processo, Delgatti reafirmou suas declarações, mas afirmou que nunca teve a intenção de caluniar Bolsonaro. Ele destacou que foi ouvido na CPMI como testemunha, o que o obrigava a falar a verdade. Segundo o hacker, a solicitação teria sido feita por telefone, em uma ligação intermediada pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
Decisão Judicial
O juiz Osmar Dantas Lima argumentou que Delgatti “não produziu prova capaz de conferir verossimilhança à sua narrativa” e que imputou a Bolsonaro “a prática de fato definido como crime, sabendo ser falsa a imputação”. Ele destacou que as declarações foram feitas perante parlamentares da CPMI dos atos de 8 de janeiro de 2023, cujas sessões tiveram ampla cobertura da mídia, com repercussão nacional e internacional.
Walter Delgatti Neto já havia sido condenado no ano passado a 20 anos e um mês de prisão devido à Operação Spoofing, iniciada em 2019 para investigar o vazamento de diálogos de procuradores da extinta força-tarefa da Lava-Jato. Atualmente, Delgatti está preso preventivamente sob suspeita de envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ele também responde a um processo relacionado a esse caso no STF, juntamente com Carla Zambelli.
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