Boulos é o único candidato à prefeitura de SP que não condena fraude na Venezuela
Candidato do PSOL disse que é preciso "esperar" a divulgação das atas; todos os seus rivais condenaram manipulação dos resultados do pleito
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP, foto) foi o único dos candidatos à prefeitura de São Paulo que não condenou a fraude eleitoral promovida pela ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela, registra o Estadão.
Órgão controlado pelo chavismo, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela proclamou a “vitória” de Maduro no pleito, mesmo com as pesquisas anteriores à votação e as atas do dia das eleições indicando vitória do oposicionista Edmundo González por larga margem.
“Acompanhamos com preocupação a situação da Venezuela. Vamos esperar a posição da diplomacia brasileira, que está monitorando de perto a situação no país e aguardando a divulgação das atas das sessões eleitorais”, afirmou Boulos, que divide com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) a liderança das pesquisas.
Nunes, por sua vez, escreveu na rede social X, antigo Twitter, que “um democrata não pode reconhecer o resultado. Não sejamos cúmplices de ditadores de estimação. Onde não há democracia, não há justiça social”.
Repúdio à fraude
Outros candidatos à prefeitura paulistana também condenaram a armação da ditadura chavista.
“Intimidação a opositores, manobras para dificultar o voto, observadores internacionais impedidos de atuar e o governo declarando vitória sem divulgar os boletins. Há todos os motivos para crer que o resultado não corresponde ao que o povo venezuelano manifestou nas urnas”, escreveu no X a também deputada Tabata Amaral, candidata do PSB em São Paulo.
O apresentador José Luiz Datena, que deverá ser o nome do PSDB na disputa, afirmou: “Simplesmente inaceitável o resultado dessa eleição, que não pode ser o resultado verdadeiro. Esse Maduro é uma ameaça à democracia não só ao país dele, um povo pacato e amigo do Brasil, mas a América do Sul. É inaceitável um antidemocrata, um cidadão ditador como esse continuar destruindo a Venezuela”.
Marina Helena, do Novo, e Pablo Marçal, do PRTB, também se manifestaram contra a fraude eleitoral na Venezuela.
“Não há nada para esperar de um ditador. Na Venezuela, Maduro colocou as Forças Armadas nas ruas para intimidar a população. O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) diz que Maduro teve 51,2% dos votos. Sabemos que isso tem um nome: fraude”, escreveu a candidata do Novo.
Onde estão as atas?
Como publicamos mais cedo, o Centro Carter, um dos mais respeitados institutos de monitoramento de eleições, solicitou que que o CNE venezuelano publique “imediatamente todas as atas das mesas instaladas no dia da eleição“, o que até agora não foi feito.
Nesta segunda, 29, a líder oposicionista María Corina Machado —impedida de disputar a eleição presidencial pelo regime de Maduro— afirmou que González recebeu 69% dos votos e que as atas em poder da oposição (73,20%) serão disponibilizadas em um site acessível ao público.
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