Placentas e úteros artificiais pode ser a nova solução para bebês prematuros
Úteros artificiais podem se tornar uma esperança para pais de bebês prematuros. Saiba mais sobre essa tecnologia revolucionária e os desafios éticos que ela apresenta.
Parece um enredo saído de um filme de ficção científica ruim – bebês humanos retirados do útero das mães e cultivados dentro de recipientes cheios de líquido. Mas é exatamente isso que os cientistas do Hospital Infantil de Filadélfia (CHOP), na Pensilvânia, nos EUA, propõem fazer para tentar salvar bebês em risco de prematuridade extrema.
Os pesquisadores estão desenvolvendo um “útero artificial”, ou ambiente extra-uterino para o desenvolvimento de recém-nascido (Extend), para aumentar a taxa de sobrevivência entre bebês extremamente prematuros, sujeitos a uma infinidade de possíveis efeitos à saúde ao longo da vida. A ideia é criar uma solução temporária para que esses pequenos guerreiros possam se desenvolver até estarem prontos para enfrentar o mundo.
O que são úteros e placentas artificiais?
Uma gravidez saudável típica dura cerca de 40 semanas, com bebês considerados prontos em 37 semanas. Complicações podem ocorrer, no entanto, e o resultado pode ser um parto prematuro. É aí que entram os úteros e placentas artificiais.
Esses dispositivos estão sendo desenvolvidos para proporcionar um ambiente seguro e controlado onde os bebês extremamente prematuros possam continuar seu desenvolvimento.
Função desses dispositivos nos bebês prematuros
Os bebês que nascem no limite da viabilidade costumam enfrentar graves problemas de saúde por seus órgãos críticos, como o coração, pulmões, aparelho digestivo e cérebro, ainda não estarem suficientemente desenvolvidos para mantê-los vivos sem cuidados médicos intensivos.
Entre as complicações de curto prazo estão a enterocolite necrosante (ECN), infecções, sépsis e choque séptico. Já os problemas de longo prazo incluem paralisia cerebral, dificuldades de aprendizado, problemas de visão e audição, e asma.
Quais são os desafios éticos dessa tecnologia?
No entanto, antes de vermos essa tecnologia amplamente adotada, várias questões éticas precisam ser abordadas. Por exemplo, bebês extremamente prematuros muitas vezes nascem precocemente devido a complicações de saúde que surgem da mãe ou do próprio feto.
Portanto, é crucial considerar os riscos e benefícios dessa tecnologia, bem como os pais serão informados e envolvidos nessas decisões.
Como funcionam os úteros artificiais para bebês prematuros?
Existem três grupos principais trabalhando nessa tecnologia, cada um com sua abordagem única. O método comum entre todos é inspirado na oxigenação por membrana extracorpórea (Ecmo), que remove dióxido de carbono e adiciona oxigênio ao sangue fora do corpo do paciente. Toda a tecnologia é miniaturizada e adaptada para bebês prematuros:
- CHOP: Submergem os bebês prematuros em cápsulas contendo um líquido que imita o líquido amniótico do útero. Os vasos sanguíneos do cordão umbilical são conectados a um dispositivo semelhante ao Ecmo.
- Universidade de Michigan: Desenvolvem uma “placenta artificial” que preenche os pulmões do bebê com um fluido e oxigena o sangue fora do corpo, similar às máquinas Ecmo.
- Austrália e Japão: A equipe está desenvolvendo o Eve, um útero artificial que visa tratar mais fetos prematuros e doentes.
Será que essa tecnologia pode ser implementada em breve?
O desenvolvimento do CHOP é o mais avançado, com um pedido recente à Federal Drug Administration (FDA) dos EUA para iniciar testes em humanos. George Mychaliska, da Universidade de Michigan, espera avançar para testes clínicos em humanos em três a quatro anos.
No entanto, há lacunas no conhecimento que precisam ser preenchidas, como o impacto no crescimento e desenvolvimento dos fetos em úteros artificiais.
Quais são as considerações finais?
Os primeiros testes provavelmente envolverão bebês nascidos antes das 24 semanas, com pouca chance de sobrevivência. A tecnologia pode ser revolucionária, mas não sem riscos potenciais. Se for bem sucedida, essas inovações oferecerão uma esperança tão necessária para os pais enfrentando a dolorosa realidade do parto prematuro.
Essas tecnologias prometem não apenas salvar vidas, mas também melhorar significativamente a qualidade de vida dos bebês que, de outra forma, teriam um futuro incerto.
Em suma, as placentas e úteros artificiais representam um avanço monumental na ciência médica, oferecendo um vislumbre de esperança no combate à prematuridade extrema. Aguardamos ansiosamente os resultados dos próximos testes e a possibilidade de que esta tecnologia se torne uma arma vital contra as dificuldades enfrentadas por bebês prematuros e suas famílias.
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