Maduro vota e se diz perseguido
Venezuela vai às urnas neste domingo com a oposição a Maduro como favorita
O ditador Nicolás Maduro (foto) votou na manhã deste domingo, 28 de julho, na eleição presidencial da Venezuela. Depois de deixar o local de votação, ele afirmou que é o único candidato perseguido no pleito.
Ele também afirmou que respeitará o resultado de hoje e pediu que os outros candidatos façam o mesmo.
“Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral [Conselho Nacional Eleitoral], os boletins oficiais e assegurarei que esses sejam respeitados”, disse.
Pesquisas recentes mostram Maduro muito atrás da oposição. Apesar das perseguições, ilegalidade e das reiteradas tentativas de sabotagem por parte do regime, o candidato Edmundo González Urrutia, apoiado por Maria Corina Machado, tem uma intenção de voto de 59,1% contra 24,16% do ditador venezuelano, segundo o Instituto Delphos.
Outro levantamento, divulgado em 11 de julho pelo instituto ORC Consultores, apontou que 58,6% dos eleitores indicaram votar em Edmundo Urrutia, o diplomata de 74 anos e o único nome autorizado pelo governo a concorrer em uma plataforma contrária à ditadura. Contra ele, Maduro teria 14,2% dos votos.
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Há dúvidas concretas se esses números se refletirão, de fato, nas urnas venezuelanas neste domingo. Maduro e o seu entorno não mostram intenção de deixar o poder.
Nas reuniões chavistas a vitória de Edmundo é dada como impossível, algo que não pode acontecer em hipótese alguma. A existência do atual cenário de liderança do opositor mostrado pelas pesquisas é negada, apesar de os chavistas terem consciência da situação.
Maduro adere a narrativa bolsonarista
Na semana passada, o ditador Nicolás Maduro pôs em dúvida o sistema eleitoral brasileiro, entre outros, para defender sua farsa eleitoral na Venezuela. No mesmo dia em que receitou chá de camomila para Lula, que se disse “assustado” com sua ameaça de “banho de sangue” em caso de derrota, o herdeiro de Hugo Chávez aderiu à narrativa bolsonarista sobre as urnas brasileiras.
“Primeiro precisamos deixar claro para a extrema-direita que eles devem respeitar o processo eleitoral. Que nós vamos vencer novamente. E que na Venezuela haverá democracia, liberdade e paz. Que temos o melhor sistema eleitoral do mundo. Ele tem 16 auditorias”, discursou Maduro, cuja ditadura prendeu 125 pessoas por razões políticas neste ciclo eleitoral, segundo a ONG venezuelana Acesso à Justiça.
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