Sobreviventes falam sobre o caso Hiroshima e Nagasaki
Em agosto de 1945, os EUA lançaram bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, mudando para sempre a história da humanidade.
Eram oito horas da manhã de um dia quente. Chieko Kiriake, então com 15 anos, procurava sombra para se proteger do sol inclemente. De repente, uma luz cegante, como nunca antes havia visto, tomou conta do céu. Era 06 de agosto de 1945, 08h15, quando os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica sobre sua cidade natal, Hiroshima. Esse foi o primeiro uso de armas nucleares na história da guerra.
Então estudante, Chieko estava trabalhando nas fábricas como muitos alunos mais velhos durante a guerra. Ela lutou para chegar à sua escola, carregando um amigo ferido nas costas. Muitos de seus colegas estavam gravemente queimados. Usando óleo velho encontrado na sala de aula de economia doméstica, ela cuidou de seus ferimentos da melhor forma possível.
O que é ser Hibakusha?
Hibakusha, termo japonês que significa “pessoa afetada pela bomba”, são os sobreviventes das bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki. Hoje, Chieko Kiriake tem 94 anos e é uma das muitas hibakusha que vivem com problemas de saúde, vítimas da radiação e de discriminação social. A maioria desses sobreviventes era criança na época dos bombardeios, e suas histórias são essenciais para documentar o passado e prevenir futuras catástrofes nucleares.
Como os Sobreviventes se Sentem Hoje?
Michiko Kodama, hoje com 86 anos, estava na escola quando a bomba foi lançada sobre Hiroshima. Ela lembra o intenso clarão que invadiu sua sala de aula, fragmentando janelas e movendo destroços por toda parte. Após a explosão, Michiko viu o desespero nos rostos de seus amigos feridos enquanto tentava escapar.
O bombeamento de radiação e material explosivo gerou uma chuva negra que Michiko descreve como “lama”. Ela ainda se lembra vividamente do caminho de casa, onde viu pessoas com roupas queimadas e carne derretida. As lembranças da menina que viu, com os olhos arregalados e queimaduras horríveis permanecem na sua memória até hoje.
Por Que Essas Histórias Precisam Ser Contadas?
Sueichi Kido tinha apenas cinco anos quando a bomba atingiu Nagasaki. Inicialmente, ele acreditava que a explosão foi causada por uma lata de óleo vermelho que viu quando despertou. Seus pais, tentando protegê-lo, não contaram que era um ataque nuclear. Hoje, Sueichi mostra uma determinação firme em compartilhar sua história para alertar o mundo sobre os perigos das armas nucleares.
Esses relatos também expõem o preconceito enfrentado pelos hibakusha. Michiko, por exemplo, teve dificuldade em encontrar um parceiro devido ao estigma social: “Não queremos sangue de hibakusha em nossa família”, ouviu ela dizer. Apesar das dificuldades, ela se casou, teve filhos e continua a passar seu testemunho para as novas gerações.
Existem Riscos de Novos Ataques Nucleares?
À medida que os hibakusha envelhecem, eles intensificam suas campanhas pela paz e pelo desarmamento nuclear. Os conflitos globais, como a invasão russa da Ucrânia e a guerra Israel-Gaza, fazem o risco de uma nova escalada nuclear mais real do que nunca para pessoas como Michiko e Sueichi.
Do Inferno à Esperança
- Chieko Kiriake lembra do renascimento de Hiroshima com os pardais retornando na primavera do ano seguinte ao bombardeio.
- Sueichi Kido se dedica a ensinar história e a compartilhar seu testemunho para alertar sobre os riscos nucleares.
Estas histórias dos hibakusha são um lembrete constante do horror que é a guerra nuclear e uma prova viva da resiliência humana diante da devastação. Ao documentarem suas experiências, eles não só preservam a memória das vítimas, mas também lançam um forte apelo à paz mundial e ao desarmamento nuclear.
Por Que as Histórias dos Hibakusha São Importantes?
Os sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki não apenas viveram para contar histórias de horror e sobrevivência, mas também se tornaram ativistas pela paz. Ao compartilhar suas experiências, eles esperam que o mundo possa aprender com o passado e evitar que tal tragédia ocorra novamente.
Documentários como o da BBC, “Atomic People”, transmitem essas mensagens poderosas para as novas gerações, enfatizando a importância de se ouvir os hibakusha e de lutar contra a proliferação de armas nucleares.
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