Venezuelanos realizam atos no Brasil em apoio a opositor de Maduro
Atos também prestam solidariedade a María Corina Machado, líder da oposição que teve sua candidatura barrada pela ditadura de Maduro
Imigrantes e refugiados venezuelanos sairão às ruas de cidades brasileiras neste domingo, 28 de julho, em apoio ao candidato de oposição Edmundo González (à esquerda na foto). O pleito venezuelano já está marcado pela proibição de candidaturas de oposição e de veículos críticos à ditadura de Nicolás Maduro.
William Clavijo, porta-voz da Rede de Venezuelanos no Brasil (Redeven), disse ao jornal O Globo:
“Infelizmente não conseguiremos votar, mas poderemos expressar nosso descontentamento pela negação dos direitos políticos de milhões de venezuelanos que vivem no exterior.”
Apenas mil dos 500 mil venezuelanos residentes no Brasil estão aptos a votar na única seção eleitoral disponível no país, localizada na embaixada venezuelana em Brasília.
Pelo menos 41 cidades brasileiras deverão ser palco de manifestações contra Maduro. Os atos também irão prestar solidariedade a María Corina Machado, líder da oposição que teve sua candidatura barrada pelo regime de Maduro.
Como mostramos, María Corina liderou na sexta-feira, 26 de julho, uma enorme caravana para encerrar a campanha eleitoral ao longo da avenida central de Las Mercedes, a leste de Caracas.
Na última conferência de imprensa perante a comunidade internacional, Machado exalava otimismo: “No domingo vamos ratificar, através do exercício da soberania popular com os nossos votos, a derrota que já demos a este regime nos corações, no espírito e no alma e nas ruas de toda a Venezuela”, afirmou a líder da oposição.
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O recuo tardio do TSE
Em nota divulgada na quarta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral brasileiro rejeitou o envio de técnicos para as eleições previstas para o próximo domingo na Venezuela.
O motivo da recusa foram as declarações do ditador Nicolás Maduro. Ao tentar defender a farsa eleitoral que está preparando, Maduro —amigo das esquerdas da América Latina— aderiu à narrativa bolsonarista e disse que as urnas no Brasil não são auditadas, o que é falso.
“É feita uma auditoria em tempo real, como vocês sabem, em 54% das seções eleitorais. Em que outro lugar do mundo eles fazem isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral lá é impossível de auditar. No Brasil? Não auditam nem uma ata no Brasil”, afirmou.
A alegação de falta de auditoria já havia sido desmentida pelo TSE brasileiro em 2021, quando a corte eleitoral publicou um vídeo explicando o processo.Na mesma ocasião, o ditador da Venezuela ironizou o aliado Lula, que se disse preocupado com suas declarações sobre um “banho de sangue” no país em caso de derrota nas eleições. “Tome um chá de camomila”, disse o herdeiro de Hugo Chávez, sem citar nominalmente o petista.
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