Ministério do Esporte faz post racista contra atletas brasileiros nas Olimpíadas
Ministério compartilhou, no X, uma imagem de um macaco em um barco com a legenda, em referência à abertura das Olimpíadas
O Ministério do Esporte fez uma publicação racista contra os próprios atletas brasileiros em meio à abertura das Olimpíadas de Paris, na França, na tarde desta sexta-feira, 26 de julho.
A conta oficial da pasta compartilhou, na rede social X, uma imagem de um macaco em um barco com a legenda: “Todo mundo aguardando o nosso barco”. O texto se encerrava com um emoji da bandeira brasileira.
Apesar do ministério apagar a postagem logo na sequência da publicação, internautas conseguiram registrar o ataque racista.
Em nota oficial, o Ministério do Esporte afirmou que “reconhece e lamenta profundamente o erro cometido ao publicar uma imagem inadequada em nossas redes sociais na data de hoje, antes da cerimônia de abertura das Olimpíadas. A publicação foi imediatamente retirada do ar, devido à sua conotação insensível e ofensiva”.
“Entendemos que a imagem carrega conotações racistas históricas e perpetua estereótipos prejudiciais. O Ministério do Esporte reconhece que essa publicação foi um erro grave e incompatível com os valores que defendemos. Lamentamos profundamente por qualquer ofensa causada e estamos empenhados em garantir que algo semelhante não ocorra novamente”, acrescentou.
A pasta não anunciou se demitiu o responsável pela publicação.
Leia a nota na íntegra
O Ministério do Esporte reconhece e lamenta profundamente o erro cometido ao publicar uma imagem inadequada em nossas redes sociais na data de hoje, antes da cerimônia de abertura das Olimpíadas. A publicação foi imediatamente retirada do ar, devido à sua conotação insensível e ofensiva.
Entendemos que a imagem carrega conotações racistas históricas e perpetua estereótipos prejudiciais. O Ministério do Esporte reconhece que essa publicação foi um erro grave e incompatível com os valores que defendemos. Lamentamos profundamente por qualquer ofensa causada e estamos empenhados em garantir que algo semelhante não ocorra novamente.
Reafirmamos nosso compromisso inabalável no combate ao racismo e a qualquer forma de preconceito. O Ministério está implementando medidas rigorosas para garantir que nossa comunicação institucional seja sempre guiada por princípios de respeito, inclusão e diversidade. Estamos revisando nossos processos internos e oferecendo treinamento contínuo a nossa equipe para garantir que todas as nossas comunicações futuras reflitam nosso compromisso com a justiça social e a igualdade.
Crusoé: Ouro de tolo nas Olimpíadas
Em 1997, o Comitê Olímpico Internacional (COI) tinha um bom problema nas mãos: 11 cidades queriam receber as Olimpíadas marcadas para dali a sete anos. Até que Atenas fosse a escolhida, governos do mundo todo fizeram o possível para que sua cidade tivesse a chance de passar pelo que Barcelona havia experimentado, cinco anos antes: uma transformação urbana, em que a cidade-sede das Olimpíadas 1992 se converteu em polo turístico cosmopolita.
Em 2017, a mesma reunião do COI foi bem mais melancólica: Paris e Los Angeles eram as duas únicas candidatas. Outras cinco cidades desistiram no caminho, seja por motivos próprios, seja por pressão da população. A decisão do Comitê foi não colocar franceses e americanos em competição: Paris saiu com um papel escrito 2024, e Los Angeles, 2028.
A diferença de entusiasmo nestes 20 anos revela uma verdade difícil de admitir: é caro demais sediar as Olimpíadas — e o retorno econômico é incerto, quando não, nulo. Entre o sucesso de Barcelona e o desânimo às vésperas dos jogos de Paris, uma série de exemplos mostra como nem sempre receber atletas de mais de 190 países pode ser um bom negócio.
A principal barreira é, de fato, econômica. Nos anos 2000, a construção de joias arquitetônicas e instalações novas para os jogos tornou-se regra. Atenas gastou 15 bilhões de dólares em valores de 2004 (algo como 140 bilhões de reais hoje) para receber os jogos. Entre os vários banhos de loja que a cidade recebeu, estava um moderníssimo estádio olímpico assinado pelo renomado arquiteto Santiago Calatrava, substituindo o mítico Panatenaico, que recebeu os jogos na era antiga e na primeira edição da era moderna, em 1896.
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