Fiscal em risco e inflação castigaram investidores na semana
Dolár se encaminha para o sétimo mês consecutivo de alta, a úlactima fez que isso aconteceu foi no período terminado em março de 2015
Os ativos brasileiros sofreram nos últimos cinco dias com a crescente desconfiança sobre o compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas e com surpresa com IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)-15 acima do esperado pelo mercado.
O dólar encerrou a semana em alta de 1,05%, cotado a 5,65 reais. A uma semana do fim de julho, a moeda americana está prestes a registrar o sétimo mês consecutivo de alta, um sequência que não acontece desde 2015.
Até agora, a moeda americana avançou 14,13% sobre a brasileira, que lidera o ranking de pior performance contra a divisa dos Estados Unidos entre as emergentes. Na segunda posição está o peso argentino, com 12,97% no período; e, em terceiro lugar na lista de maiores perdedores está a lira turca (10,38%),
A depreciação do câmbio pressiona também as expectativas de inflação, que influenciam nas apostas para os juros. Isto porque uma pressão sobre os preços maior pode levar o Banco Central a elevar a taxa básica para tentar conter o movimento.
Para se ter uma ideia da mudança no sentimento dos investidores. No início de 2024, o mercado precificava a Selic a 9% ao ano no fim do ano. Atualmente, com a taxa em 10,50% a.a., a precificação dá como certa um aumento de 0,25 ponto percentual na reunião de setembro do Copom (Comitê de Política Monetária) e uma Selic em 11,50% a.a. no natal.
O próximo encontro do colegiado, porém, é na próxima terça-feira, 30 e apesar da deterioração do humor do mercado com a trajetória do dólar e das contas públicas, a expectativa é manutenção da taxa básica de juros no patamar atual, com um comunicado com tom mais duro pela sintonia das políticas fiscal e monetária no controle da inflação.
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, encerrou a semana praticamente estável, em leve queda de 0,10%, na comparação com a anterior. No ano, no entanto, o indicador acumula 4,99% de perdas aos 127,5 mil pontos, com as ações de apenas 15 das 83 empresas que compõem o índice com ganhos no período.
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