Após polêmica, velocista aceita trocar véu islâmico por boné
Após polêmica em torno da sua exigência de participar da abertura dos jogos olímpicos usando um véu, a velocista muçulmana, Sounkamba Sylla, aceitou participar da cerimônia olímpica de boné
Após polêmica em torno da sua exigência de participar da abertura dos jogos olímpicos usando um véu, a velocista muçulmana, Sounkamba Sylla, aceitou participar da cerimônia olímpica de boné.
A proibição de símbolos religiosos ostensivos nas delegações esportivas francesas foi uma decisão da ministra francesa dos Esportes e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Amélie Oudéa-Castéra, em nome da neutralidade e do Estado laico.
Pelo mesmo motivo, Sylla disputou o Campeonato Europeu de atletismo, em Roma (Itália), no mês passado, usando um boné. Caso tivesse competido de véu, o ministério poderia ter pedido à federação francesa que a excluísse da delegação.
A atleta Sounkamba Sylla, integrante do revezamento 4×400 metros no atletismo da seleção francesa, acabou acertando com o Comitê Olímpico e Esportivo Nacional Francês (CNOSF) o uso de boné por ocasião da apresentação das delegações no Sena.
O acordo foi obtido após discussões entre a atleta, a Federação Francesa de Atletismo, o Ministério do Esporte e a Bermuti, que cuida dos uniformes da delegação francesa. A velocista de 26 anos havia reclamado nas redes sociais de não poder usar o véu nesta ocasião devido à proibição do uso de símbolos religiosos em nome do secularismo:
“Você é selecionada para os Jogos Olímpicos, organizados no seu país, mas não pode participar da cerimônia de abertura por usar um lenço na cabeça. O país da liberdade”, ironizou a atleta nas redes sociais.
Após o acordo, ela escreveu: “Finalmente chegamos a um acordo para que eu possa participar da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos”, disse Sounkamba Sylla em sua conta no Instagram.
“Foi-lhe pedido que usasse boné durante o desfile, o que ela aceitou”, informou o CNOSF esta quarta-feira, 24 de julho. E acrescentou: “O CNOSF espera que todos os atletas da seleção francesa que desfilam nesta sexta-feira, 26 de julho, o façam em boas condições e possam aproveitar este momento excepcional. »
Na quarta-feira, 24 de julho, a ministra do Desporto, Amélie Oudéa-Castéra, reiterou o desejo de ver Sounkamba Sylla participar na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, respeitando o “princípio da neutralidade” a que ela e todos os atletas estão sujeitos.
Considerados como pessoas encarregadas de uma missão de serviço público durante os Jogos, devem, de fato, respeitar um princípio de neutralidade segundo o qual não é possível demonstrar publicamente as próprias convicções religiosas, filosóficas ou políticas.
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