Eleição em Campo Grande opõe ex-ministros de Bolsonaro
Rogério Marinho negociou acordo que implodiu aliança do PL com PP, de Tereza Cristina, em Campo Grande (MS)
O senador e ex-ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho (PL-RN) foi um dos responsáveis por articular o apoio do PL ao PSDB em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, que implodiu a aliança patrocinada pela senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP-MS), registrou a Folha de S.Paulo.
Com a participação direta do ex-presidente Jair Bolsonaro e do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, o acordo sacramentou o apoio da legenda à candidatura do deputado Beto Pereira (PSDB), apesar da ex-ministra ter acertado o apoio do PL à reeleição da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP).
A negociação incluiu uma audiência de Valdemar com os tucanos no final de junho, durante uma viagem de Tereza Cristina aos Estados Unidos. O PP foi informado sobre o rompimento do acordo costurado pela ex-ministra antes que ela chegasse ao Brasil.
Tereza Cristina e Ciro Nogueira ficaram insatisfeitos
Segundo o jornal, tanto Tereza Cristina quanto o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, expuseram seu descontentamento com o fim da aliança a Bolsonaro há duas semanas, lembrando ao ex-presidente que o deputado tucano apoiou a candidatura de Simone Tebet (MDB) à Presidência da República, em 2022.
Tereza Cristina e Ciro Nogueira deixaram a sede do PL certos de que não havia como retomar a aliança com o partido de Bolsonaro na capital sul-mato-grossense.
“Tínhamos um acordo muito avançado para ser fechado. O PL não quis fechar. Fechou com o PSDB. Ótimo. Continuamos com a prefeita. Ponto. E vamos ganhar a eleição”, afirmou Tereza Cristina à Folha.
“Ele [Bolsonaro] tem as razões dele, do PL. Tenho as minhas, do PP. Nacionalmente, temos um alinhamento. No estado, vamos andar separados. Cada um escolhe com quem anda”, acrescentou
Rogério Marinho, o procurador de Bolsonaro?
O ex-governador e presidente estadual do PSDB, Reinaldo Azambuja, disse ao jornal ter sido procurado por Marinho em junho, em nome de Bolsonaro, para iniciar um diálogo sobre a disputa eleitoral em Campo Grande.
Em 27 de junho, Azambuja e o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, foram recebidos por Bolsonaro e Marinho em Brasília.
Além de Campo Grande, PL e PSDB devem formar aliança em outras 34 cidades de Mato Grosso do Sul.
Os tucanos controlam 51 dos 79 municípios do estado.
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