Petróleo descola Ibovespa do exterior e minimiza perdas
Alta do dólar, que encerrou as negociações nas máximas do dia, pressionou juros futuros, mas beneficiou empresas de commodities
A alta dos preços internacionais do petróleo, com a informação da queda dos estoques do combustível nos Estados Unidos, evitou que o principal índice acionário do país acompanhasse as fortes quedas nas bolsas americanas.
Por aqui, o Ibovespa encerrou o dia em leve queda de 0,13%, aos 126,4 mil pontos, com exportador Prio liderando as contribuições positivas ao indicador, beneficiada pelo preço da commodity e o avanço do dólar.
Nos Estados Unidos, resultados aquém do esperado de Tesla e Alphabet prejudicaram o desempenho dos papeis de ambas as empresas e ajudaram a piorar o sentimento dos investidores. O S&P 500, que reúne as 500 principais companhias americanas, recuou 2,32% (na maior queda diária desde dezembro de 2022), enquanto a Nasdaq, mais ligada a empresas do setor de tecnologia, caiu mais de 3,65% na sessão – pior resultado diário desde outubro de 2022.
Além de Prio (+5,02%), Vale (+0,61%) e Petrobras (+0,80% PN; +1,01% ON) completaram o pódio das altas que mais contribuíram positivamente para o resultado do indicador. Na ponta oposta, as ações da B3 S.A. (-1,34%), Equatorial (-1,77%) e Embraer (-2,17%) foram as principais detratoras do Ibovespa.
O dólar avançou contra o real 1,27% e encerrou o dia praticamente nas máximas, cotado a 5,65 reais. Os ganhos do iene, moeda japonesa acabou afetando o desempenho da divisa brasileira. Isso porque em operações chamadas de “carry trade”, investidores emprestam recursos a taxas de juros baixas, em países como o Japão, e reinvestem em países como o Brasil, em que os juros são mais altos. No entanto, a apreciação do iene pressiona a operação e faz com que as posições sejam desfeitas, com efeito sensível nas cotações do real.
A alta da moeda americana acaba por preocupar os operadores locais de renda fixa em função do impacto inflacionário do dólar na economia brasileira, e isso provoca uma pressão sobre os juros futuros. Não por acaso, as taxas futuras também subiram na sessão desta quarta-feira, 24.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)