As ameaças de Maduro
"Senhora demônia, senhor demônio da extrema-direita, se vocês mexerem com a luz, vão se arrepender por 200 anos. E desta vez não haverá perdão, haverá justiça!", ameaça o ditador venezuelano antes de consumar sua farsa eleitoral
Nicolás Maduro (foto) receitou chá de camomila para os aliados que, como Lula, se “assustaram” ao ouvi-lo falar em “banho de sangue” no caso de derrota na farsa eleitoral venezuelana agendada para domingo, 28. Haja chá de camomila, porque o ditador venezuelano segue fazendo ameaças, e ainda mais explícitas, à oposição que tenta derrotá-lo apesar de todos os percalços impostos pelo regime.
“Diga ao seu vizinho, diga à sua vizinha: ‘Até quando você vai se deixar enganar por essa gente da extrema-direita? Você que ainda está enganado’. São poucos, mas ainda existem Agora estão gritando fraude. Eu só estou avisando: senhora demônia, senhor demônio da extrema-direita, se vocês mexerem com a luz, vão se arrepender por 200 anos. E desta vez não haverá perdão, haverá justiça!”, discursou Maduro em comício na terça-feira, 23.
O tom de ameaça segue no restante do discurso: “Será o último erro que cometerão em sua vida política! Haverá justiça para que haja paz na Venezuela! Vou defender o direito à paz com mão de ferro, porque já chega, já basta de causarem tanto dano! Eles que façam o que bem entenderem. Nós cuidamos do nosso”.
Fraude
O ditador também ensaiou o discurso para se defender das acusações de fraude, aderindo inclusive à narrativa bolsonarista sobre as urnas brasileiras. Uma fraude no domingo apenas coroaria o processo de repressão imposto à oposição ao longo de todo o ciclo eleitoral:
“Eles sempre gritam fraude. Aí está a lei, aí estão os órgãos de justiça, o Ministério Público, que terão que agir. Enquanto isso, vamos nos concentrar no que é nosso. Um por dez, um por dez, um por dez. Voto, voto, voto. Quanto maior for a diferença, quanto mais forte for a vitória, mais garantidas estarão a paz, a tranquilidade e o respeito à soberania do povo. Isso é uma verdade absoluta! Quando a extrema-direita se faz de corajosa, saem para queimar pneus, saem para matar gente. A violência neste país, eu garanto, não voltará. Não vamos permitir. Estou preparado com a união Cívico-Militar-Policial para garantir a paz ao país antes, durante e depois de 28 de julho.”
Opressão
O candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, e a líder da oposição, María Corina Machado, têm enfrentado bloqueio de estradas para chegar aos comícios, entre outros percalços impostos pelo regime de Maduro. Além disso, 125 pessoas foram presas por razões políticas neste ciclo eleitoral, segundo a ONG venezuelana Acesso à Justiça.
A censura venezuelana já fechou 47 sites, catorze rádios e duas agências de checagens. Dos 4 milhões de venezuelanos que vivem no exterior e poderiam votar, apenas 506 conseguiram a autorização para exercer esse direito. Os expatriados provavelmente votariam contra Maduro, pois fazem parte do êxodo daqueles que deixaram a Venezuela por conta da opressão de seu regime.
Leia mais: Assessora de Mercadante no BNDES chega à Venezuela
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)