Senador é convidado por Maduro para acompanhar ‘eleições’ na Venezuela
Chico Rodrigues (PSB-RR) é o atual presidente do Grupo Parlamentar Brasil – Venezuela do Senado
O senador Chico Rodrigues (PSB-RR) foi convidado pelo partido do ditador Nicolás Maduro para acompanhar como observador as “eleições” da Venezuela do próximo domingo, 28. O senador é o atual presidente do Grupo Parlamentar Brasil – Venezuela do Senado.
Até o momento, Rodrigues foi o único integrante do Senado que confirmou viagem para a Venezuela entre os dias 26 e 29 de julho. A informação é do portal Metrópoles.
O convite é assinado pelo vice-presidente de assuntos internacionais do PSVU, Rander Peña. No texto, ele chama Maduro de “candidato da esperança e dignidade” e fala que o pleito é de “transcendente importância” para “Revolução Bolivariana”.
“Nesta eleição, o presidente Nicolás Maduro Moros é o candidato da esperança e da dignidade da Pátria de Bolívar e Chávez, com quem garantimos a estabilidade e felicidade no futuro, o fortalecimento da unidade latino-americana e a construção de um mundo mais humano e multipolar. Neste sentido, estendemos nosso convite para que o senhor acompanhe nosso povo durante o desenvolvimento do referido evento eleitoral”, diz o convite.
Além do senador, o governo do presidente Lula (PT) deve enviar o assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim, para acompanhar a farsa eleitoral o regime chavista. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também informou que vai enviar observadores para a Venezuela.
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Como Maduro frauda as “eleições” da Venezuela?
O escritor, articulista e apresentador Andrés Oppenheimer listou alguns dos truques por meio dos quais o ditador Nicolás Maduro vem fraudando e pretende continuar a fraudar as eleições presidenciais:
Maduro desqualificou os principais líderes da oposição para concorrer. Entre eles, María Corina Machado, que venceu as primárias da oposição em outubro, com mais de 92% dos votos e é a figura mais importante da oposição.
O regime também proibiu a candidatura da substituta indicada por Machado, Corina Yoris, de 80 anos. Machado nomeou posteriormente o diplomata aposentado González Urrutia, de 74 anos, para concorrer em seu lugar.
O regime de Maduro impediu 4,5 milhões de exilados venezuelanos — ou mais de 21% do total de votantes — de poder se registrar para votar no exterior.
Não existe liberdade de imprensa na Venezuela. González Urrutia, Machado e outros líderes da oposição praticamente não têm acesso à TV aberta.
Machado faz campanha para González Urrutia de carro, porque todas as companhias aéreas nacionais estão proibidas de deixá-la embarcar em voos.
O regime prendeu dezenas de ativistas da oposição, para intimidar outros e evitar que façam campanha pela legenda da oposição unida.
Segundo um estudo divulgado poucos dias atrás pelo Observatório Global de Comunicação e Democracia há irregularidades de todos os tipos em 86% dos centros de votação
Em alguns centros de votação há um excesso de eleitores registrados, ao mesmo tempo em que muitos eleitores em distritos com maioria de oposição descobrem, como aconteceu nas últimas eleições, que seus locais de votação são mudados no último minuto para locais distantes.
As cédulas são formuladas para favorecer Maduro: na primeira e na segunda linhas, a foto com Maduro sorridente aparece 13 vezes, representando vários partidos reais e fictícios. Comparativamente, a foto de González Urrutia aparece apenas três vezes — e perdida nas linhas inferiores entre muitos outros candidatos menores.
Vários dos principais partidos da oposição sofreram “intervenção” da ditadura e agora são liderados por aliados de Maduro. O truque é fazer com que muitos eleitores acreditem que estão votando em um candidato da oposição, quando, na realidade, votarem em um servidor do regime.
Muitos locais de votação estão localizados em instalações de “missões” que fornecem subsídios sociais e em edifícios residenciais pagos pelo governo, onde funcionários do partido governista podem intimidar as pessoas recomendando-lhes que votem em Maduro sob a ameaça de perderem seus benefícios.
Apesar de tudo isso, a poucas semanas da eleição, o candidato opositor de centro-direita, Edmundo González Urrutia, lidera as pesquisas com 68,4% das intenções de voto, contra 11,3% de Maduro, segundo um levantamento do instituto Meganalisis. Outras sondagens registram vantagem similar ao candidato opositor.
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