Portugal condena traficantes do PCC ligados a “Escobar brasileiro”
Grupo usava rotas controladas pelo narcotraficante Sérgio Roberto de Carvalho e pelo PCC; carga de cocaína foi avaliada em R$ 54,5 milhões
Três brasileiros foram condenados pelo Tribunal de Santarém, em Portugal, por envolvimento no transporte de 294 quilos de cocaína escondidos em um contêiner de polpa de açaí. A sentença foi proferida em 19 de julho, resultado de uma investigação que revelou conexões com o narcotraficante Sérgio Roberto de Carvalho, conhecido como “Escobar brasileiro”, e com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo reportagem do O Globo, os condenados incluem o ex-tenente da Polícia Militar do Pará, Aderaldo Neto, e Nilson Neto, ambos sentenciados a 12 anos de prisão. Marco Antônio Júnior, o terceiro membro do grupo, recebeu uma pena de nove anos e seis meses. Além das acusações de tráfico de drogas, eles também foram condenados por associação criminosa.
Investigação e captura
A operação que levou à condenação começou quando a carga, avaliada em quase nove milhões de euros (aproximadamente R$ 54,5 milhões), foi embarcada no porto de Vila do Conde, em Barcarena, Pará, em abril de 2022. A cocaína estava destinada ao Congo, passando por Portugal como uma estratégia para reduzir custos de transporte. Após uma escala no Paraguai e passagem pelo porto de Sines, a droga chegou a Portugal em junho de 2022, onde seria armazenada em Vilar dos Prazeres, Ourém.
A Polícia Judiciária de Portugal, principal órgão de investigação criminal do país, conduziu a Operação Norte Tropical, que resultou na prisão de Nilson e Marco Antônio no mesmo mês em que a carga chegou à Europa. Aderaldo Neto foi capturado no mês seguinte enquanto tentava fugir para o Brasil.
Conexões com “Escobar brasileiro” e PCC
As investigações também expuseram ligações perigosas entre os condenados e Sérgio Roberto de Carvalho, preso em Budapeste, Hungria, em junho de 2022, e atualmente aguardando julgamento por diversos países por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Carvalho, conhecido como “Pablo Escobar brasileiro”, é uma figura central no narcotráfico internacional e tem sido alvo de múltiplas jurisdições legais.
Além da ligação com Carvalho, a rota utilizada pelos condenados é controlada pelo PCC, considerada a maior e mais perigosa organização criminosa da América Latina. A polícia portuguesa identificou que cerca de um terço dos quase 300 quilos de cocaína traficados foi fornecido por um narcotraficante brasileiro conhecido pelos apelidos “Deus é Lindo” ou “Bonitão”, associado ao PCC.
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